Ao tomar posse no Ministério da Defesa, Raul Jungmann elogiou o comportamento das Forças Armadas em "uma das mais severas crises enfrentadas pelo país", lembrando que elas "se mantiveram impecáveis" e "sob o âmbito constitucional, no limite de suas competências".
Depois de citar que "as Forças Armadas são instituição de Estado que se mantém, e assim deve ser, acima de disputas partidárias ou polêmicas conjunturais", Jungmann afirmou que elas mantiveram, neste momento de "tremendo transe que o país viveu nos últimos meses" – referindo-se ao afastamento da presidente Dilma Rousseff, por determinação do Senado – "posição constitucional atenta e serena" e que isto representou "uma glória para as nossas Forças".
Antes de Jungmann discursar, foi a vez do comandante da Aeronáutica, brigadeiro Nivaldo Rossato, falando em nome dos militares, ressaltar que "acertadamente as Forças Armadas se desengajaram da política partidária, deixando para os políticos este engajamento".
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Rossatto disse ainda que a missão constitucional das Forças Armadas, hoje, "não deixa dúvidas quanto à priorização da defesa do país". Salientou no entanto que, para isso, "continuaremos a insistir na necessidade de termos forças armadas mais bem equipadas". O Comandante da Aeronáutica fez questão de destacar também que as Forças Armadas são as que possuem o maior grau de credibilidade junto à população, entre as instituições. Para o brigadeiro Rossatto, a receita para isso é o fato de os militares estarem voltados para a segurança nacional, o desenvolvimento e o bem estar social dos brasileiros.
Depois de reiterar a credibilidade dos militares, Jungmann prometeu se empenhar para garantir a continuidade no repasse dos recursos para os projetos estratégicos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. Ele reconheceu que existem "graves dificuldades de ordem fiscal e orçamentária", mas disse que vai se reunir, o quanto antes, se possível ainda esta semana, com o ministro do Planejamento, para tratar do fluxo de recursos para projetos que são absolutamente essenciais, para que eles possam ter seus cronogramas cumpridos.
– Não podemos ter projetos estratégicos durando décadas. Isso não é bom para o Brasil e tão pouco para o emprego e o desenvolvimento do país – declarou o ministro, em entrevista, após a cerimônia, embora reconhecendo que por conta das restrições, "o ritmo (dos projetos) vai diminuir".
O novo ministro prometeu também se empenhar pela melhoria salarial dos militares por considerar este um problema "emergencial" e "nos preocupa muito". Insistiu ainda sobre a questão de recursos para as forças, lembrando que o orçamento desta área "não pode ficar exposto a variações". Segundo Jungmann, tanto a questão salarial, quanto orçamentária será estudada detidamente e levada para discussão com o Planejamento, na tentativa de viabilizar as propostas.
– Não há espaço para promessas inexequíveis ou populistas para os militares – afirmou ele, acrescentando que "os militares não merecem ilusões ou inverdades".