Uma manhã de debates sobre o futuro do jornalismo marcou a edição especial desta quarta-feira do Em Pauta ZH, em comemoração ao aniversário de 52 anos de Zero Hora. Quatro painéis reuniram repórteres, colunistas e editores para abordar a relevância do jornalismo para a sociedade, a reportagem especial e investigativa, o papel dos colunistas e das informações exclusivas e, por fim, a arte de contar histórias. O evento ocorreu no Instituto Ling, em Porto Alegre, e teve uma plateia de assinantes, professores e estudantes.
Na abertura, o presidente do Grupo RBS, Eduardo Sirotsky Melzer, destacou o compromisso de Zero Hora com os leitores e com o jornalismo de qualidade:
– Celebrar mais de meio século de vida é um orgulho para todas as empresas, e em particular para um jornal, em razão de seu impacto social, principalmente nos dias de hoje, em que se precisa de uma imprensa livre e ética.
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Melzer observou que o jornal busca motivar reflexão nos leitores, mesmo que as notícias provoquem tristeza ou revolta:
– Jornalismo é a paixão da RBS, o eixo central de tudo que fazemos. Vamos continuar cumprindo nosso papel de desenvolvimento social, sem nos apequenarmos diante dos desafios.
O evento foi encerrado com uma intervenção da vice-presidente de Jornais e Mídias Digitais do Grupo RBS, Andiara Petterle. Ela reforçou que o grupo é movido pela missão de inspirar e transformar a vida dos gaúchos com jornalismo. E afirmou que as novas mídias trazem possibilidade de desenvolver novas formas de contar histórias:
– Nunca tivemos tanta audiência, graças ao acesso crescente a tablets e smartphones. Isso abre novas oportunidades para alcançarmos nossa missão de transformar, buscando a melhor experiência dos leitores nas novas plataformas.
Depois de assistir aos debates na plateia, a professora de artes Elaine Veit, 64 anos, comparou a experiência à importância de conhecer o processo criativo de um pintor para melhor apreciar sua obra:
– Foi importante os jornalistas mostrarem que têm apoio da empresa em casos difíceis, como uma tentativa de suborno ou uma ameaça devido a uma reportagem.
Assinante de Zero Hora desde 1993, Elaine conta que recentemente passou a ler o jornal no tablet:
– Levo para todos os lugares, até para a praia. Agora vou levar para a Itália.
Para a agente de viagens Clorinda Sagalá Denck, 70 anos, que assina Zero Hora há 19 anos, assistir ao Em Pauta ZH foi a realização de um antigo desejo:
– Já vi e vivi muita coisa. Mas um dos meus sonhos era conhecer os bastidores de um jornal. Sou uma pessoa focada em ler jornal. Meu dia começa assim.
O evento também foi acompanhado por estudantes como Leonardo Magnus, 21 anos, e Camila Maranoski, 19 anos, ambos cursando jornalismo na Ulbra Canoas. Magnus admirou os relatos de jornalistas experientes sobre o ofício:
– As opiniões sobre o fazer jornalístico foram fortes e diretas. Com a internet, o papel do jornalismo ficou mais importante do que já era.
Já Camila, que pretende se especializar em jornalismo investigativo, destacou as impressões dos veteranos sobre o futuro da profissão:
– Na faculdade, temos debatido as mudanças provocadas pelas redes sociais. Gosto da reportagem investigativa porque ela se aprofunda em um assunto.