A madrugada deste feriado de Corpus Christi foi violenta na Zona Leste de Porto Alegre. Um desentendimento que teria iniciado numa cervejaria no Campo da Tuca, no Bairro Partenon, terminou com três homens mortos e pelo menos quatro baleados. As vítimas foram atingidas após deixarem o estabelecimento, quando já estavam em um dos acessos ao Bairro Bom Jesus, na Rua Joaquim Porto Villanova, perto da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE).
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A Brigada Militar chegou a falar na hipótese de briga entre facções. Porém, o delegado da 1ª DHPP, Rodrigo Reis, responsável pela investigação, diz que ainda não é possível afirmar que as execuções tenham relação com disputa por tráfico. O que se sabe até o momento é que dois grupos de pessoas brigaram dentro da cervejaria e que as mortes teriam sido ocasionadas pela desavença. A polícia também não soube afirmar se houve uma perseguição entre os veículos ou se foi uma emboscada.
– O estopim foi uma briga dentro da cervejaria. As vítimas saíram e os agressores foram atrás. Não tenho nenhum fato que possa servir de base para dizer que houve conflito entre facções, até porque estavam todos no mesmo local. Pode surgir alguma informação neste sentindo mais adiante, mas por enquanto não dá para afirmar – ponderou.
O número de veículos envolvidos na execução também é incerto. Sabe-se que algumas das vítimas chegaram ao posto de saúde do Bom Jesus em um Gol prata alvejado de tiros.
Os três mortos foram identificados como Patrik Oliveira, Jardel Borges Ribeiro e João Marcelo Maguatini Viana. As vítimas feridas foram todas encaminhadas à hospitais da cidade, onde permaneciam internadas até a tarde desta quinta-feira.
De acordo com o delegado, nem todas as vítimas tinham passagens policiais. Também não foi possível afirmar se houve troca de tiros ou se os tiros foram disparados de apenas um dos lados, pois a polícia não encontrou armas com as vítimas. Apenas um exame pericial nas mãos poderá identificar se os atingidos carregavam armas.
Moradores do Bairro Bom Jesus, que passavam pelo acesso onde ocorreu o crime na tarde desta quinta, dissera à reportagem do "Diário Gaúcho" que ouviram os disparos na madrugada. O filho de um morador, de 12 anos, ficou assustado.
– Eu dei um pulo da cama quando ouvi os tiros – contou.
Câmeras de segurança no entorno e o depoimento de testemunhas devem ajudar a polícia a desvendar o caso.