A segunda reportagem da série iniciada no fim de semana sobre as condições de vida dos imigrantes negros, cinco anos após a chegada em massa na Serra Gaúcha, mostra o drama daqueles que vêm e não conseguem trazer junto seus familiares. São meses, às vezes anos, longe dos entes queridos. Alguns desenvolvem depressão e, em casos extremos, até surtam.
Um episódio, ocorrido em outubro de 2015 em Flores da Cunha, alerta para o silencioso problema. O haitiano Jean Wesly Moriseme, 27 anos, foi assassinado depois de provocar confusões na cidade. Baleado pela Brigada Militar, ele não resistiu. Seus vizinhos comentaram que o homem sofria de forte depressão. Sem amparo e tratamento especializado, existe o risco de casos semelhantes se replicarem, conforme denunciaram ao Senado entidades ligadas aos imigrantes.