Ratazanas cinzentas surrupiando o conteúdo de um cofre estampavam a capa da Revista Illustrada, editada no Rio de Janeiro, em 1882. Em letras garrafais, lia-se: "Thezouro nacional". Distante no tempo, o desenho dos roedores furtivos já indicava algo que, no correr dos anos, se tornaria comum na história brasileira – a prática endêmica da corrupção. Mais de um século depois, no momento em que o país vive uma das fases mais delicadas de sua trajetória recente, o debate em torno de trapaças, maracutaias e tramoias ganha nova dimensão. Em casa, no trabalho, nas reuniões de família e nos encontros com amigos, o assunto é um só: a roubalheira que corrói as instituições nacionais. Disseminada, organizada, múltipla.
De Dom João à Lava-Jato
Um debate sobre o mal do país: a corrupção
O Brasil é uma nação condenada à corrupção, como parecem indicar os registros históricos e as investigações da Lava-Jato? A trapaça está enraizada no nosso DNA? Quais os caminhos para mudar esse retrato?