O partido Solidariedade ingressou, nesta quarta-feira, com uma ação civil e uma interpelação criminal contra a presidente Dilma Rousseff, na Justiça Federal e no Supremo Tribunal Federal (STF). As acusações de improbidade administrativa e prevaricação buscam impedir a viagem que a presidente fará a Nova York nesta quinta-feira, para a abertura de um evento da Organização das Nações Unidas (ONU). Segundo interlocutores, Dilma usará o evento para denunciar o processo de impeachment como um golpe à democracia.
A sigla requer medida liminar para determinar que Dilma "se abstenha de utilizar tais organismos internacionais para fins estritamente pessoais, sob pena da condenação, para impor restrição de direitos políticos e obrigação de ressarcir os cofres públicos com todos os gastos efetuados nestas viagens". O presidente do Solidariedade, deputado Paulo Pereira da Silva (SP), o Paulinho da Força, também protocolou uma ação popular na Justiça Federal do Distrito Federal, com as mesmas justificativas das outras ações duas apresentadas hoje pela legenda.
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"Esta iniciativa, além de manchar a imagem brasileira perante essas importantes organizações diplomáticas, trará impactos negativos para a economia nacional, sem falar na imoralidade e improbidade da utilização de ambiente institucional cativo da Presidência da República e de recursos financeiros públicos para custear este passeio com objetivos claramente pessoais. A alegação de golpe atinge também a imagem do Supremo Tribunal Federal, o qual, até o presente momento, exerceu o controle judicial de todos os atos referentes ao processo", diz o texto.
Está marcada para as 9h30min desta quinta-feira a decolagem da presidente Dilma e sua equipe para Nova York. A chegada está prevista para as 19h30min, hora local. O vice-presidente Michel Temer assumirá o cargo interinamente. Temer, que tem sido criticado e chamado de "traidor" por Dilma, deve permanecer em São Paulo, sem agendas externas. Dilma só retorna ao Brasil na madrugada de sábado para domingo. Na agenda da presidente Dilma nos Estados Unidos, além da reunião na ONU, estão previstas duas entrevistas.