O clima esquentou no plenário após três horas de uma sessão até então tranquila para avaliar a admissibilidade do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT). Na sessão que ocorre na noite deste sábado, reservada para discursos individuais, o tumulto começou quando o deputado Alberto Fraga (DEM-DF) assumiu o microfone para um pronunciamento no lugar do deputado Helio Leite (DEM-PA), que estava inscrito, mas não presente no plenário. Após protestos de parlamentares contrários ao impeachment, Beto Mansur (PRB-SP), que preside a sessão, cortou a fala de Fraga.
– Vocês estão com medo, são um bando de corruptos – disse Fraga, aos gritos.
Ele foi rebatido por parlamentares do governo.
– Aqui não ganha no grito. Sai da tribuna, golpista – disseram parlamentares.
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Fraga desceu e foi a um dos microfones utilizados para o aparte, mas não teve tempo de falar. Após críticas de Valdir Prascidelli (PT-SP), Fraga partiu para cima do petista com o dedo em riste e foi recebido da mesma maneira. Ambos foram separados e o clima se acalmou.
Após alguns discursos seguintes, Mansur pediu, sem sucesso, "calma e respeito" aos parlamentares e lembrou que a sessão estava sendo transmitida para todo o País. No discurso seguinte, o deputado Rocha (PSDB-PA) foi interrompido pelos gritos de "não vai ter golpe". Depois do deputado paraense, Gilvaldo Vieira (PT-ES) começou o discurso, agora sob críticas de parlamentares da oposição, e os mandou calarem a boca.
Mansur tentou novamente acalmar os ânimos, pediu colaboração dos deputados e concedeu mais um minuto a cada um dos dois parlamentares, que conseguiram encerrar os pronunciamentos. No entanto, após outras falas, João Rodrigues (PSD-SC) também foi interrompido por gritos de deputados governistas e rebateu: "fica quieto, vocês ofendem o povo brasileiro todos os dias. Enquanto eu falo na tribuna, calem a boca".