Ao reforçar os pontos de seu relatório favorável ao impeachment da presidenta Dilma Rousseff no plenário da Câmara dos Deputados neste domingo, o deputado Jovair Arantes (PTB-GO), disse que nenhum agente político precisa de aviso prévio para cumprir as leis e a Constituição.
Ao pedir votos pela abertura do impeachment da presidenta, Arantes disse que a população foi enganada pela chamada "contabilidade criativa" do governo Dilma que, segundo ele, resultou em inflação, desemprego, alta dos juros, perda de credibilidade.
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Arantes garantiu que o trabalho da Comissão Especial de Impeachment da Câmara foi conduzido com serenidade pelo colegiado. Segundo o relator, o diálogo da comissão com o Supremo Tribunal Federal (STF) tornou o processo irretocável do ponto de vista jurídico e constitucional.
O petebista lembrou que, nesta fase, a Câmara está decidindo apenas se autoriza a abertura do processo contra a presidenta da República para encaminhá-lo ao Senado, que terá a palavra final. Segundo Arantes, se isso acontecer, Dilma terá oportunidade de se defender mais uma vez e com mais tempo.
O relator rebateu, mais uma vez, críticas dos apoiadores da presidenta da República de que ele teria incluído no relatório fatos estranhos à denúncia inicial dos advogados Janaína Paschoal e Miguel Reale Júnior, autores do pedido de impeachment.
Arantes disse que não houve extrapolação e que o relatório se ateve a eventos ocorridos no exercício de 2015. Arantes classificou os decretos suplementares editados por Dilma e as chamadas pedaladas fiscais de "condutas gravíssimas" que geraram "consequências drásticas" para a economia brasileira. Para o relator, apesar dos alertas do Tribunal de Contas da União (TCU), Dilma continuou cometendo os mesmos crimes em 2015.
Para reforçar os argumentos pró-impeachment, Jovair Arantes disse que o caráter centralizador de Dilma torna difícil acreditar que a presidente não soubesse das operações de crédito ilegal.
– O Parlamento precisa ajudar a retomar as condições de governabilidade –sublinhou. As circunstâncias, segundo ele, arrastam o país para uma crise sem precedentes.
O relator do parecer do impeachment também fez um apelo pela reconciliação nacional e diálogo.
– O Brasil não precisa de muros, precisa de pontes –destacou.
* Agência Brasil