Após um domingo histórico que irá balizar o futuro do país, políticos de Santa Maria avaliam e projetam o que ainda está por vir no processo que pede o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).
Oposição tem votos no Senado para o impeachment de Dilma, afirmam jornais
Na Câmara de Deputados, o placar foi de 367 votos a favor a 137 contra o afastamento da petista. Agora, o Senado tem até 11 de maio para decidir se aprova ou não a comissão. Se aprovada, a presidente é afastada por até 180 dias.
Deputados aprovam prosseguimento do impeachment
Abaixo, veja o que disseram os deputados Jorge Pozzobom (PSDB), Paulo Pimenta (PT), Valdeci Oliveira (PT) e o prefeito Cezar Shirmer (PMDB)
Como será o rito de impeachment no Senado
'O que aconteceu ontem dentro do Congresso não é nada mais que o que a sociedade queria. Se tu pegares o percentual de pessoas que estavam apoiando, vais perceber que foi quase igual. A variação entre 59% e 62%, foi mais ou menos o percentual dos deputados favoráveis e dos contrários, ou seja, o congresso representa a sociedade. O que a sociedade queria aconteceu dentro do Congresso. Mas é claro que não concordamos com o Cunha. No nosso entendimento, foi dado o primeiro passo. A Operação Lava-Jato começou a mudar história da política, os próximos passos da política. Não tenho dúvidas que, com o impedimento da presidente Dilma, o Brasil volta a ter visibilidade econômica para acabar com essa grave crise que estamos enfrentando. Não tenho dúvidas que o Congresso vai assumir a sua corresponsabilidade. O PSDB participou do governo quando o governo Itamar pediu esse apoio do Brasil. O partido deu esse suporte. Entendo que precisamos buscar essa grande governabilidade para o Brasil. É isso o que o país quer'.
Deputado estadual Jorge Pozzobom (PSDB)
'Os editoriais dos grandes jornais e praticamente toda a imprensa internacional revelam uma certa perplexidade. Noventa e cinco por cento dos parlamentares que votaram a favor não fizeram referência ao relato da denúncia, o que deixou evidente que o que estava sendo julgado não eram os decretos orçamentários, que foram objeto da acusação, mas, sim, um julgamento político. Impeachment sem crime de responsabilidade não tem revisão constitucional, o que caracteriza uma violação. Na linguagem popular, o golpe. Os deputados votaram pela família, pelos amigos, pelos netos, pelas igrejas. As pessoas estão apavoradas. ‘Voto pelo fundador da minha igreja, voto pelo meu pai que está doente’. Imagina um júri em que a pessoa está sendo acusada de cometer um crime, e o veredito da condenação do réu é em homenagem ao neto, porque se meu pai estivesse vivo, ficaria orgulhoso de mim (risos). O dia de ontem renovou o que a gente disse. Esse processo vai ter desdobramentos. Iremos ao STF, porque a própria votação deu a prova que precisávamos. Não há nenhuma hipótese de reconhecermos o governo Temer e o governo Cunha como legítimos'.
Deputado federal Paulo Pimenta (PT)
'O ideal seria resolver o quanto antes isso. O país vive uma crise sem precedentes e a sociedade clama por uma saída dessa grave crise'
Prefeito Cezar Schirmer (PMDB)
'Houve um golpe inconstitucional. Uma mulher honesta foi julgada por criminosos. Um ato ilegal e inconstitucional. Vamos continuar nas ruas e com o apoio popular'.
Deputado estadual Valdeci Oliveira (PT)