A derrota da presidente Dilma na votação da Câmara dos Deputados, na noite de domingo, deverá se repetir no Senado. Conforme levantamentos feitos pelos jornais O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo e O Globo, mais da metade dos 81 senadores tem a intenção de votar contra o governo na próxima etapa do processo. O número de parlamentares que dão apoio ao afastamento varia entre 45 e 47.
Para que haja a continuidade do processo, é preciso que, nesta primeira fase, uma maioria simples (metade mais um) dos legisladores presentes vote contra a permanecia de Dilma no governo, uma vez alcançado o quórum de 42 senadores na sessão. Se não conseguir este apoio, o processo é arquivado.
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Caso passe pela primeira fase, ocorre uma segunda etapa, na qual a comissão especial emite um novo parecer, no prazo de 10 dias, pela procedência ou não da denúncia. Novamente, o prosseguimento está condicionado a aprovação do plenário por maioria simples. O processo é conduzido, então, para uma terceira fase, na qual só poderá haver condenação da presidente com voto de dois terços dos senadores – ou seja, 54 dos 81. Se absolvida, Dilma retorna normalmente às funções. Em caso de condenação, a pena será a perda do cargo e a inabilitação de exercício de função pública por oito anos.
As atenções se voltam ao Senado um dia depois da votação histórica da Câmara dos Deputados, que decidiu por 367 votos a 137 pela continuidade do processo. Com o resultado, o parecer será enviado ao Senado ainda nesta segunda-feira. Depois de lido e publicado no Diário Oficial da Casa, os líderes terão 48 horas para indicar 21 membros para compor a comissão especial que analisará, em dez dias, a aceitação do pedido.
Conforme o último levantamento feito pelo jornal O Globo, 46 senadores tem a intenção de votar pela saída da presente, 20 contra a continuidade do processo, e 15 não opinaram. Já a Folha de S. Paulo indica 47 senadores a favor, cinco indecisos, 19 contra, e 10 não declararam ou não responderam. Já o Estado de S. Paulo apurou que 45 membros do Senado votarão a favor do impeachment, 21 contra, 6 indecisos e 9 não quiseram responder.
Se o Senado validar a abertura de um julgamento de impeachment, Dilma seria afastada provisoriamente de suas funções durante um máximo de 180 dias para dar lugar ao processo propriamente dito. Ela seria substituída, então, por seu vice-presidente, Michel Temer, do PMDB.