O grupo de senadores que apresentou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para antecipar as eleições presidenciais está fazendo uma peregrinação em busca de apoio para o projeto. Em visita ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quarta-feira, eles afirmaram que o petista demonstrou simpatia pela proposta e se comprometeu a falar com a presidente Dilma Rousseff.
O grupo se reuniu nesta quarta-feira em café da manhã com Lula e o ministro-chefe do gabinete da Presidência, Jaques Wagner. Participaram da reunião os senadores João Capiberibe (PSB-AP), Lídice da Mata (PSB-BA), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Otto Alencar (PSD-BA), Jorge Viana (PT-AC), Wellington Fagundes (PR-MT), Paulo Paim (PT-RS) e Telmário Mota (PDT-RR).
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– O ex-presidente Lula nos recebeu muito bem e mostrou simpatia pela proposta – informou Capiberibe.
A senadora Lídice confirmou que o presidente foi simpático, mas não demonstrou apoio expresso à ideia. Junto com o ministro Jaques Wagner, eles se comprometeram a transmitir a proposta à presidente Dilma Rousseff.
– Lula nos sugeriu ainda que escrevêssemos uma carta, assinada por diferentes senadores, e enviássemos à presidente Dilma, pedindo que ela apoie a PEC que já está em tramitação ou envie ao Congresso a sua própria proposta de novas eleições – explicou Randolfe.
Movimento nas ruas
Apesar de os senadores já terem conseguido apoio para a tramitação da PEC no Congresso, o percurso é longo e o projeto precisa ser aprovado em dois turnos no Senado e na Câmara. Os senadores, entretanto, acreditam que é possível dar viabilidade à proposta se conseguirem o apoio da opinião pública.
Preocupados com isso, após o encontro com Lula, os senadores também se reuniram com a presidente da Rede Sustentabilidade, Marina Silva. As novas eleições já são uma campanha da Rede e os senadores informaram que Marina pretende organizar passeatas e movimentos com a sociedade civil para pedir apoio à proposta.
O senador Paulo Paim também defendeu que é preciso envolver a população com a ideia de novas eleições.
– Essa já é a vontade da maioria. As pessoas querem votar e escolher um novo presidente, porque não estão satisfeitos com a Dilma, mas também não estão com o Temer. Não tenho dúvidas que nas ruas essas proposta vai ganhar apoio – afirmou.
Integrantes de um movimento intitulado "Voto Já" foram ao gabinete do senador Capiberibe demonstrar apoio à proposta. Segundo eles, o grupo atua desde o dia 19 de abril fazendo eventos e panfletagens na rodoviária de Brasília pela defesa de novas eleições.
Os senadores vão continuar com as reuniões buscando apoio de diferentes partidos. Na tarde desta quarta-feira, eles se reúnem também com o presidente do PSDB, Aécio Neves (MG), para apresentar a proposta. Em seguida, se encontram com lideranças do PCdoB.