O Departamento de Recuperação de Ativos de Cooperação Jurídica (DRCI), órgão do Ministério da Justiça, repatriou em 2015 US$ 124,9 milhões (equivalente a R$ 446 milhões). O valor é oito vezes maior do que o recuperado nos 10 anos anteriores: entre 2005 e 2014, foram US$ 14,9 milhões. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
Do montante, US$ 94,6 milhões são referentes as ações de investigação da Polícia Federal e do Ministério Público na Operação Lava-Jato. De acordo com o diretor do DRCI, Ricardo Saadi, o aumento da repatriação em 2015 se deve, em grande parte, à finalização do processo da Operação Anaconda, na Suíça e também aos acordos de delação premiada.
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O principal destino destes recursos são os cofres da Petrobras, principal atingida pelos desvios descobertos pela Lava-Jato. Do restante do valor, US$ 19,4 milhões são provenientes da Operação Anaconda e US$ 10,5 milhões do caso do Banco Santos, que teve falência decretada em 2005.
Em 2016, o órgão já contabiliza US$ 54 milhões de ativos recuperados, referentes à delação premiada de Julio Faerman, ex-representante da empresa holandesa SBM Offshore, dentro das investigações da Lava-Jato.
Os trabalhos do DRCI vão além da repatriação de ativos, atuando também na cooperação jurídica internacional na comunicação de atos processuais, intimação de alguém que viva no Exterior, obtenção de prova e informações.