O ex-senador Gim Argello (PTB-DF) decidiu tentar um acordo de delação premiada com o Ministério Púbico Federal para tentar reduzir ou até se livrar de uma pena em eventual condenação pelos crimes dos quais é acusado pela força-tarefa da Lava-Jato.
Desde a sua prisão, em 12 de abril, na 28ª fase da Lava-Jato, ele avaliava a possibilidade de fazer um acordo com o MPF. Chegou a sondar escritórios de advocacia do Paraná, mas optou por fechar acordo sob orientação do advogado Marcelo Bessa, do Distrito Federal. Oficialmente, o escritório do criminalista nega a informação.
– Não existe nada de negociação – afirmou Bessa.
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Os depoimentos aos delegados e aos procuradores da Lava-Jato devem ocorrer nos próximos dias. O eventual acordo impõe ao colaborador confissão dos crimes pelos quais é investigado. O ex-senador também teria a obrigação de revelar outros nomes na estrutura e hierarquia da organização criminosa e, ainda, fatos novos. O delator precisa entregar ainda dados que comprovem suas afirmações para ter o acordo homologado pela Justiça.
Nesta segunda-feira, Argello se calou diante da Polícia Federal. Ele ia depor no inquérito que o investiga por suposto recebimento de propinas de empreiteiros– em troca de dinheiro ilícito, ele teria poupado empresários de depor na CPI da Petrobras.
O ex-senador é suspeito de receber R$ 5,35 milhões de propina de empreiteiros. Segundo as investigações, ele teria tomado dinheiro de Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia, e de Léo Pinheiro, da OAS. Da UTC teria recebido R$ 5 milhões –valor destinado a quatro partidos nas eleições de 2014. Da OAS, outros R$ 350 mil, destinados à Paróquia São Pedro, em Taguatinga, cidade satélite de Brasília.