Correção: diferentemente do que foi publicado, a Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB) não participará de reunião com o vice-presidente Michel Temer.
Quatro centrais sindicais – UGT, Força Sindical e Nova Central – devem se reunir na terça-feira com Michel Temer para pedir ao vice-presidente que, em um eventual governo, não sejam adotadas mudanças na área trabalhista defendidas por empresários.
– Vemos com preocupação a defesa de empresários, liderados pelo presidente da Fiesp, Paulo Skaf, que esteve ontem (domingo) por seis horas com Temer, de temas como a flexibilização genérica na área trabalhista – disse o presidente da UGT, Ricardo Patah, que representa cerca de 10 milhões de empregados. – Somos contrários a pontos como a terceirização dos trabalhadores e que o negociado prevaleça sobre o legislado.
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Patah elogiou a capacidade de diálogo e a disposição de negociação do vice-presidente da República, mas disse que as centrais irão alertá-lo de que há temas que não podem ir adiante, como o projeto de terceirização aprovado na Câmara, que permitirá que todo o trabalhador celetista seja terceirizado.
– O projeto visa redução de salários, que são baixos e custam muito para os empresários, temos também consciência disso – disse. – Mais importante é adotar outras reformas, como a tributária, administrativa e também a política.
Na avaliação de Patah, a crise econômica e social no Brasil é muito grave e o governo precisa adotar medidas para que o ajuste fiscal não afete exclusivamente os assalariados.
– Há dez milhões de pessoas desempregadas no Brasil. Há alternativas. Recursos do Codefat podem ser destinados ao seguro-desemprego, podem ser adotadas políticas de estímulo ao crédito, de avanço das exportações. Mas não é possível que o ajuste seja feito somente sobre as costas dos trabalhadores.
Ele fez os comentários antes de participar de um evento promovido pela UGT nesta segunda-feira que trata da participação de centrais sindicais nas comemorações do dia 1º de Maio.
Ricardo Patah deixou claro que a UGT é contrária à reforma da Previdência Social.
– Só poderemos discutir mudanças na Previdência com um conjunto de políticas mais amplas. Por exemplo: os salários e os benefícios das mulheres precisam ser iguais aos dos homens, o que não existe hoje.
Ele destacou que a posição da central sindical que dirige não tem uma coloração política única.
– Não fomos contra nem a favor do impeachment – disse. – Vamos cobrar muito do governo Dilma, se continuar, ou do governo Temer. Numa administração ou na outra, vamos continuar vigilantes e fazendo reivindicações, pois vamos passar ainda por situações complexas e difíceis.
Segundo Patah, as centrais se articularam e solicitaram a reunião com Temer neste momento em que várias representações, inclusive empresariais, estão fazendo o mesmo.
*Estadão Conteúdo