Uma baleia da espécie jubarte foi encontrada morta na praia de Itapeva, em Torres, no Litoral Norte, na tarde desta terça-feira. O animal de sete metros de comprimento era fêmea e tinha cerca de um ano de idade. Pela manhã, ela havia sido vista boiando na região da praia da Cal.
Ela permanecerá no local onde foi encontrada até a quarta-feira, quando deve ser iniciado o procedimento para enterrá-la na própria orla da praia, entre as dunas. Há ainda a possibilidade de que sua carcaça seja retirada para que fique em exposição na cidade, mas isso ainda não foi definido. Conforme o presidente do Instituto Oceano Vivo, Thiago Nóbrega Lisboa, não há marcas visíveis de ferimentos que possam ter causado a morte do animal.
– Ela está bastante inchada, deve estar morta há pelo menos três dias. Não é um animal que frequenta o nosso litoral. Ela foi levada pela corrente até chegar aqui.
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Segundo Lisboa, uma jubarte, em sua fase adulta, chega a medir até 14 metros e pode viver em média 80 anos. Em 2015, pelo menos cinco baleias foram encontradas mortas no litoral gaúcho. A maioria delas eram fêmeas, juvenis e da espécie jubarte.
– O encalhamento também está ligado ao aumento populacional, essa espécie conseguiu sair da lista de animais ameaçados de extinção porque aumentou a reprodução. A principal concentração das jubartes é na Bahia. No ano passado também conseguimos fazer um dos primeiros registros fotográficos da espécie, com vida, passando pelo litoral do Rio Grande do Sul. A mais comum por aqui é a baleia-franca – explica.
Encalhes
O presidente do Instituto Oceano Vivo detalha ainda que as principais causas de mortes de baleias no litoral gaúcho são ferimentos provocados por redes de pesca ou por colisões contra embarcações. Ele explica que, eventualmente, filhotes se perdem das mães e acabam machucados, ficando à deriva até encalhar, já sem vida, em alguma praia.
– No caso desta baleia jubarte, não conseguimos ver ferimentos deste tipo, até porque ela encalhou com a barriga para cima, e não tivemos como virá-la para avaliar o restante do corpo. Mas, na maior parte dos casos, os animais ou estão enroscados em redes ou têm profundos cortes provocados pelas hélices de barcos e navios.