Uma polêmica tem ganhado repercussão nas redes sociais desde que a Justiça de Palhoça determinou que o morador Vilmar Godinho desocupe a caverna onde vive há 26 anos, no Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, em Palhoça, na Grande Florianópolis. A Justiça determinou a desocupação sob pena de multa diária de R$ 500, já que ele está em área de proteção ambiental. Os defensores de Vilmar questionam a decisão e alegam que ele é um defensor da natureza.
Amigos e moradores da região criaram uma petição online e uma página no Facebook para protestar contra a decisão. A página conta com 7,2 mil seguidores e a petição, até a manhã deste domingo, tinha reunido mais de 3 mil assinaturas.
Segundo matéria do G1, o pedido de desocupação foi feito pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) e no dia 29 de fevereiro, a Justiça de Palhoça determinou que Vilmar desocupasse o local.
Na sentença, a juíza substituta Cíntia Werlang afirma que no local Vilmar construiu uma habitação rudimentar de 28 metros quadrados sob uma pedra em área de preservação permanente. Há no local um espaço que funciona como cozinha, com um fogão a lenha, e uma pequena horta. A Justiça afirma que ele também obtinha recursos naturais do parque, como lenha e água.
Na matéria o promotor José Eduardo Cardoso alegou que a situação de Vilmar na caverna caracteriza uma exploração direta do parque do Tabuleiro, uma área de preservação ambiental. Para Cardoso, uma autorização da Fundação de Meio Ambiente (FATMA) seria suficiente para que Godinho permanecesse.
Os argumentos de amigos e moradores é que Vilmar é um defensor do parque e da natureza. Eles se reuniram para protestar contra a decisão nesta sexta-feira e no sábado pela manhã.
Parte do cotidiano de Vilmar foi retratado no clipe da música "Rastaman", de 2014, da banda catarinense Dazaranha. No vídeo, Vilmar fala que chegou ao local como turista e que não sabe dizer os motivos que o levaram a ficar:
"Mas assim que cheguei não encontrei mais motivo para voltar para a cidade", completa.