Líder do DEM na Câmara, Pauderney Avelino (AM) critica a oferta de cargos e de liberação de emendas para deputados votarem contra o impeachment de Dilma. O parlamentar recorreu ao Supremo Tribunal Federal para que o tratamento das emendas seja isonômico.
Há provas de que o governo liberou emendas para deputados contra o impeachment?
É uma ação escrachada do governo tentar comprar deputados via liberação de emendas, cargos e sabe-se lá o que mais. Basta olhar no Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal) e ver que partidos e deputados da base tiveram liberações acima dos números dos demais parlamentares.
A estratégia do governo pode barrar o impeachment?
Acredito que não, porque o governo negocia com presidentes de partidos que não têm bancadas fechadas. Os presidentes dos partidos não têm o que entregar, porque os deputados têm amor à própria pele. Eles preferem salvar suas carreiras políticas a salvar Dilma em troca de cargos.
Alguns partidos com dissidentes, como o PP, ficaram na base.
De alguma forma, alguns deputados caem no canto da sereia. Não sei se o governo vai cumprir o prometido, mas as ofertas, de alguma forma, mexem com os parlamentares. Acredito que a pressão das ruas é maior e será decisiva.
Qual a estratégia na semana da votação em plenário?
Continuar o trabalho de constrangimento dos parlamentares que mantêm apoio a um governo que quebrou o país e o mergulhou na corrupção.
Se Temer assumir o governo, a oposição terá cargos?
Com o governo do PT, não há chance de recolocar o Brasil nos trilhos. Não estamos discutindo cargos com ninguém, não é o momento para isso.
Em tese, a oposição teria de dar apoio ao sucessor?
Não está descartado dar apoio para governabilidade, mas isso vai depender do projeto de Brasil que será apresentado. Já avisamos que não aceitamos resolver o problema com aumento de impostos.