"Dói olhar para o outro lado da rua e só ver o terreno", lamenta a dona de casa Lisiane Pereira Silveira, 32 anos.
Em janeiro deste ano, a casa onde ela morava com os seis filhos, na Rua Castro Alves, no bairro Perpétuo Socorro, em Santa Maria, pegou fogo e foi totalmente destruída. Eles perderam tudo. O fogo se alastrou rápido e levou os móveis e as roupas da família, que conseguiu se salvar apesar do susto.
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Desde o dia do incêndio, mãe e filhos estão morando em uma peça da Igreja Evangélica Avivamento Bíblico, que cedeu o espaço temporariamente. O local fica bem em frente à casa que pegou fogo. Agora, uma campanha realizada por voluntárias pede a colaboração das pessoas para que doem materiais de construção e ajudem com a mão de obra, para que Lisiane e os filhos possam ter um lugar para morar.
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- Nós já conhecíamos a Lisiane e os filhos, e, quando eu vi que era ela, o coração falou mais alto e resolvemos abraçar a causa. Nossa maior preocupação é que o frio está chegando, e as crianças estão praticamente acampadas ali dentro. Quando chove, molha tudo, todos os móveis que eles ganharam. Isso não é qualidade de vida. Em algum momento, eles vão precisar sair dali - comenta a psicóloga Carla Busnello, 39 anos, uma das voluntárias.
Há dois meses, família está morando temporariamente em salão emprestado pela igreja (Germano Rorato / Agência RBS)
No mesmo dia em que a casa pegou fogo, as doações começaram a chegar: cama, lençol, sofá, comida, geladeira, móveis... Mas apesar da mobilização da vizinhança, com o tempo, as doações cessaram. Agora, até o mais básico está em falta.
Na tarde de quinta-feira, quando a reportagem visitou a família, somente um dos filhos de Lisiane tinha almoçado. O gás de cozinha havia terminado, e a dona de casa e os outros cinco filhos só tinham tomado o café da manhã.
- A pior situação é não ter um lugar para os filhos. As crianças estão sofrendo até bullying na escola por não ter onde morar. Hoje, estou aqui, mas não posso ficar aqui para o resto da vida. Quarta-feira a minha filha disse que sonhou que a nossa casa estava pronta, e eu não quero acabar com o sonho deles. Cada noite que passa é uma insegurança. Eu só penso nos meus filhos, em dar uma vida digna para eles - lamenta Lisiane.
COMO AJUDAR
- Doações de roupas, calçados, leite, fraldas (criança de dois anos), botijão de gás e alimentos, pode ser entregues na Rua Castro Alves, nº 2.
- Material de construção deve ser doado em forma de nota fiscal da compra, já que o terreno não é fechado, e o material doado pode ser furtado ou estragar
- Informações (55) 8425-8104 (Tuany), 9101-6542 (Graziele) e 9139-8099 (Carla)