A ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Assusete Magalhães determinou nesta terça-feira prazo de 72 horas para que o ministro da Justiça, Eugênio Aragão, se manifeste sobre o pedido do PPS para evitar interferências na Polícia Federal. Na última segunda-feira, o partido entrou com um mandado de segurança no tribunal questionando declarações do ministro em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.
De acordo com a decisão, o prazo de 72 horas passa a correr após o ministro ser notificado. No pedido, o PPS pretende impedir que o ministro da Justiça afaste "qualquer delegado ou agente da Polícia Federal das atividades da investigação em que esteja envolvido, mesmo em caso de suspeita de vazamento de informações, senão após a instauração do competente processo administrativo disciplinar".
Leia mais:
Ministro dá recado à PF: se houver vazamento, equipes serão trocadas
Delegados da PF dizem que não irão aceitar interferências na Lava-Jato
Novo ministro respondeu a processo por tentativa de obstruir investigações
No último sábado, Aragão diz que não vai tolerar vazamentos em operações da PF. Segundo o ministro, a substituição na equipe poderá ocorrer caso seja identificado "cheiro de vazamento", mesmo sem a necessidade de provas, uma vez que a PF está sob sua supervisão.
Na segunda-feira, em nota, Aragão disse que a atual diretoria da Polícia Federal tem sua "plena confiança" e que não está nos planos do ministério a substituição do diretor-geral do órgão, Leandro Daiello.
"O Ministério da Justiça informa que o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, continua gozando de plena confiança por parte do ministro da Justiça e não há nenhuma decisão sobre a sua substituição", diz o texto divulgado pela assessoria da pasta.