Líderes de partidos da oposição devem se reunir na tarde desta quinta-feira para discutir as ações políticas que tomarão após a divulgação de suposta delação premiada do senador Delcídio Amaral (PT-SP) pela revista Istoé, afirmou o líder da oposição na Câmara, deputado Miguel Haddad (PSDB-SP). Na colaboração, o petista teria citado a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula.
Para Haddad, a delação premiada de Delcídio é "nitroglicerina pura".
Leia mais
Relator de caso Delcídio indica que delação deve acelerar cassação
"Presunção da inocência vale para todos", diz Dilma em posse de novos ministros
Vice-líder do governo será relator de processo contra Delcídio
– Não é um auxiliar qualquer. É um ex-líder do governo com acesso direto ao gabinete da presidente Dilma Rousseff – afirmou.
Na avaliação do líder da oposição na Câmara, o fato de ser Delcídio falando dá "legitimidade" às acusações contra o governo.
Delação
Segundo publicou a revista Istoé, Delcídio teria acusado Dilma de atuar três vezes para interferir na Operação Lava-Jato por meio do Judiciário.
"É indiscutível e inegável a movimentação sistemática do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da própria presidente Dilma Rousseff no sentido de promover a soltura de réus presos na operação", teria afirmado Delcídio na delação, segundo a revista.
Uma das investidas da presidente Dilma passava pela nomeação do desembargador Marcelo Navarro para o Superior Tribunal de Justiça (STJ). "Tal nomeação seria relevante para o governo", pois o nomeado cuidaria dos "habeas corpus e recursos da Lava-Jato no STJ", diz a reportagem.
Delcídio contou aos procuradores que a estratégia foi discutida com Dilma no Palácio da Alvorada e que sua tarefa era conversar "com o desembargador Marcelo Navarro, a fim de que ele confirmasse o compromisso de soltura de Marcelo Odebrecht e Otávio Marques de Azevedo", da Andrade Gutierrez.
Leia as últimas notícias de Política
*Estadão Conteúdo