O Banco Central comunicou à Justiça Federal que localizou e bloqueou R$ 31.918.819,61 das contas do marqueteiro João Santana, da mulher e sócia dele, Mônica Regina Cunha Moura, e das agências controladas pelo casal, a Polis Propaganda & Marketing Ltda e a Santana & Associados Marketing e Propaganda Ltda. Na semana passada, o juiz federal Sérgio Moro decretou o confisco de R$ 100 milhões (R$ 25 milhões de cada um) na Operação Acarajé, 23ª fase da Lava-Jato.
João Santana e Monica Moura estão presos temporariamente desde 24 de fevereiro. O rastreamento do Banco Central pegou R$ 28.755.087,49 em contas de Monica Moura, R$ 2.756.426,95 de João Santana e R$ 407.305,17 da Polis Propaganda. Na conta da Santana & Associados Marketing e Propaganda, o radar do Banco Central não encontrou valores.
Leia mais
Lava-Jato investiga suposto pagamento de propina a Lula durante Presidência
Procuradores defendem investigação sobre triplex e sítio frequentado por Lula
OAB pede acesso à investigação sobre ex-marqueteiro de Dilma
Moro também havia ordenado o bloqueio de mais R$ 75 milhões de outros três alvos da Operação Acarajé: R$ 25 milhões do executivo Fernando Miggliacio, ligado à empreiteira Odebrecht, R$ 25 milhões da Eagle do Brasil Ltda e R$ 25 milhões do engenheiro Zwi Skornicki.
Na conta da Eagle do Brasil foram confiscados R$ 534.936,57. De Fernando Migliaccio, R$ 1.984.879,54 e na de Zwi Skornicki, R$ 4.400.119,76. Quando decretou o confisco, o juiz da Lava Jato considerou "os valores milionários" dos supostos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas atribuídos a João Santana e aos outros investigados.
– Viável o decreto do bloqueio dos ativos financeiros dos investigados em relação aos quais há prova de pagamento ou recebimento de propina – assinalou. – Não importa se tais valores, nas contas bancárias, foram misturados com valores de procedência lícita. O sequestro e confisco podem atingir tais ativos até o montante dos ganhos ilícitos.