O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse não ver necessidade de fazer um discurso no plenário da Casa para se defender. A declaração foi uma resposta ao manifesto da deputada Clarissa Garotinho (PR-RJ), que, nesta quinta-feira, fez um discurso em plenário criticando a atitude de Cunha após início da votação que pode torná-lo réu da Operação Lava-Jato.
– Vou fazer discurso para aqueles que vão continuar me xingando depois? Por que eu vou fazer isso? Não vejo necessidade – disse Cunha. O presidente da Câmara acredita que já dá satisfações à sociedade por meio da imprensa.
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– Eu estou no exercício da presidência, não no mandato de deputado. Os atos que são questionados não ocorreram enquanto eu era presidente. Se tivessem acontecido, eu explicaria os atos como eu sempre fiz.
Mais cedo, Clarissa Garotinho disse que Cunha "perdeu as condições de presidir a Casa" e que "deveria descer da cadeira da presidência da Câmara e subir na tribuna como deputado para se defender".
– Tenha a dignidade de pelo menos se defender. Não é normal de um ser humano a frieza com que se comporta sentado nessa cadeira de presidente, fazendo cara de paisagem como se nada estivesse acontecendo. Isso é um absurdo – afirmou Clarissa.
Nesta quarta-feira, a maioria dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) se manifestou a favor do recebimento da denúncia contra Cunha. O julgamento foi retomado nesta quinta-feira, mas, se nenhum ministro mudar o seu voto, o peemedebista será o primeiro dos 38 parlamentares a se tornar réu no âmbito das investigações da Operação Lava-Jato.