Correção: Diferentemente do que ZH informou no dia 8 de março de 2016, a Yara Fertilizantes não possui mil funcionários na unidade de Porto Alegre. Na Capital, a empresa tem 89 empregados e, em todo o Estado, são 1,5 mil funcionários. O texto da reportagem já foi corrigido.
Mulheres integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) invadiram, no começo da manhã desta terça-feira, a sede da Yara Fertilizantes, na zona norte da Capital. O grupo bloqueou a Rua João Moreira Maciel e se posicionou no pátio da empresa localizado ao lado da freeway, no bairro Humaitá.
Por volta das 9h30min, o grupo saiu em mais de 20 ônibus e foi até o prédio da superintendência regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), na Avenida Loureiro da Silva, área central de Porto Alegre. A sede foi invadida e a entrada, bloqueada.
Acompanhe como foi a manifestação:
Em entrevista à Rádio Gaúcha, o gerente de Produção da Yara, Julio Basta, disse que a empresa sofreu prejuízos materiais, com pichações e janelas quebradas, mas que o mais importante foi que os funcionários permaneceram em segurança, pois não houve conflito:
– As pessoas estão confundindo com agrotóxicos. Nós produzimos fertilizantes, cujas matérias primas são todas encontradas na natureza. Nossos produtos servem para dar à planta capacidade de florescer mais facilmente, aumentando a produtividade.
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A manifestação teve início ainda na madrugada. Por volta das 6h, duas integrantes do movimento picharam a fachada do local. Em outra frente do protesto, as mulheres se deslocaram para a freeway, no sentido Interior-Capital, para entregar pacotes de arroz orgânico para os motoristas. Elas também pregaram cruzes às margens da rodovia.
A manifestação faz parte da Jornada Nacional de Luta das Mulheres Camponesas, que neste ano tem como lema "Mulheres na luta em defesa da natureza e da alimentação saudável, contra o agronegócio". Com a ação na Capital, o objetivo é denunciar o que consideram o uso abusivo de fertilizantes sintéticos e agrotóxicos na produção de alimentos, encarecendo o preço dos produtos.
– O modelo do agronegócio tem ocupado áreas que deveriam ser para a reforma agrária, e está excluindo as famílias do campo e impedindo a produção saudável de alimentos pela agricultura camponesa – afirmou uma das dirigentes do MST no Rio Grande do Sul, Roberta Coimbra.