Líder do governo Luiz Inácio Lula da Silva na Câmara dos Deputados entre 2008 e 2010, Henrique Fontana (PT-RS) comparou nesta sexta-feira o ex-presidente petista a Getúlio Vargas. Em entrevista coletiva na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, ao lado de parlamentares do PT e PCdoB e sindicalistas, Fontana afirmou que Lula está sendo atacado repetidamente, assim como ocorreu com Getúlio na década de 1950.
O tom da manifestação dos petistas e apoiadores do governo federal foi de indignação com a condução coercitiva de Lula, ocorrida pela manhã em São Paulo. O ex-presidente prestou esclarecimentos à Polícia Federal (PF) no âmbito da Operação Lava-Jato e depois retornou para casa, em São Bernardo do Campo, interior do Estado.
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– Lula foi e é a liderança mais atacada e denunciada, pelo menos na história recente do nosso país. Talvez Getúlio Vargas antes dele possa ter sofrido mais ataques. E não há, até hoje, uma única prova constituída e um único processo contra – disse Fontana.
O deputado federal criticou também alguns integrantes do Ministério Público Federal (MPF), que teriam se "partidarizado" para forçar a saída do governo de Dilma Rousseff do poder. Além disso, acusou o juiz federal Sérgio Moro, à frente da Lava-Jato, de ter autorizado um "ato ilegal, puramente político, que envergonha a magistratura brasileira" – a condução coercitiva de Lula.
– Há um jogo político e ideológico na sociedade. A seletividade dos fatos produzidos hoje mostram que tem um projeto por trás disso. Não há mais uma ação de Estado – complementou o presidente estadual do PT, Ary Vanazzi.
CUT diz que "acabou a brincadeira"
Os militantes de esquerda foram convocados para ir às ruas no protesto do dia 13 de março, marcado pela oposição. Em Porto Alegre, o ato ocorrerá no Parque da Redenção. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB) prometem "acabar com a brincadeira" a partir de agora.
– Chega de espalhar essa boataria na sociedade como se fossemos um conjunto de pessoas sem nem o direito de existir. É a fase da reação. Perdemos vidas para conquistar a democracia. A democracia para nós é um valor – falou o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo.
Ele foi apoiado pela deputada estadual Manuela D'Ávila (PCdoB), que lamentou o que considera uma "brincadeira" com a democracia:
– Quem cometeu qualquer ato ilícito deve ser condenado, mas a brincadeira com a democracia, da última vez que aconteceu nesse país, levou 21 anos para desaparecer.
