Ao anoitecer desta quinta-feira surgiu informação que dá margem a nova polêmica. A Polícia Federal gravou o diálogo da presidente Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva após o juiz Sergio Moro ter determinado que as interceptações telefônicas sobre o ex-presidente fossem suspensas.
"Não vislumbro mais necessidade para continuidade da interceptação", redigiu o magistrado.
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A gravação foi feita às 13h32min, e a ordem do magistrado foi às 11h12min. Zero Hora falou com o delegado que fez a interceptação. Ele explica que acatou a determinação do juiz.
– Mas a operadora de telefonia, que tem o poder de fazer as gravações, leva horas para cumprir as solicitações. Tanto para interceptar, quando para parar de gravar – esclarece o policial.
No fim da noite desta quarta-feira, a Polícia Federal se pronunciou por meio de nota sobre as informações veiculadas de que a gravação da conversa entre Lula e a presidente Dilma teria sido feita após o juiz federal Sergio Moro pedir a interrupção das interceptações.
Confira a íntegra da nota:
"Em referência à matéria 'PF gravou Dilma e Lula após Moro interromper interceptação telefônica', a Polícia Federal esclarece:
1 – A interrupção de interceptações telefônicas é realizada pelas próprias empresas de telefonia móvel;
2 – Após o recebimento de notificação da decisão judicial, a PF imediatamente comunicou a companhia telefônica;
3 – Até o cumprimento da decisão judicial pela companhia telefônica, foram interceptadas algumas ligações;
4 – Encerrado efetivamente o sinal pela companhia, foi elaborado o respectivo relatório e encaminhado ao juízo competente, a quem cabe decidir sobre a sua utilização no processo".