Quatro entidades que representam empresas de comunicação em todo o país, além da Unesco, participaram de uma reunião na tarde desta quinta-feira, no Palácio do Planalto, com o ministro Edinho Silva, da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. A Associação Nacional de Jornais (ANJ), a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), a Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner) e a Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abratel) entregaram um ofício, com o qual manifestam preocupação com casos de violência contra jornalistas e veículos de comunicação.
Além de situações registradas nos últimos dias, quando a sede de uma empresa foi vandalizada em Goiânia e uma equipe foi hostilizada no Paraná, por exemplo, há preocupação com relação aos protestos marcados para o próximo domingo em todo o país.
– As entidades acompanham com muita preocupação essa escalada de violência contra os profissionais de imprensa. E sobretudo com relação a domingo, pois nossa experiência mostra que nessas grandes manifestações, os jornalistas sofrem agressões não só por parte dos participantes dos atos, mas também da polícia que não sabe discernir o trabalho dos jornalistas – comentou o diretor executivo da ANJ, Ricardo Pedreira.
O ministro Edinho Silva, após receber a nota das entidades, se comprometeu a encaminhar a demanda para as áreas competentes, especialmente para o Ministério da Justiça, que deve desenvolver ações em prol da liberdade de imprensa.
– Diante dessa manifestação que recebemos hoje, tanto da Unesco quanto das entidades representativas das empresas e profissionais de comunicação, quero ratificar o compromisso do governo da presidenta Dilma com a liberdade de imprensa, com a liberdade de expressão – afirmou o ministro.
Conforme dados da Abert, no ano passado o Brasil registrou 116 casos de violência contra jornalistas no exercício de sua profissão, sendo que aconteceram oito assassinatos de profissionais da imprensa no período. O número colocou o país em quinto lugar no ranking dos mais perigosos para a liberdade de imprensa, atrás de Síria, Iraque, México e França.