Relator da CPI mista da Petrobras, o deputado Marco Maia (PT-RS) é citado pelo senador Delcídio Amaral por supostamente cobrar propina para frear as investigações de fraudes na estatal. No acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República, Delcídio diz que o deputado gaúcho e outros três parlamentares chantageavam alguns dos empreiteiros envolvidos na Operação Lava-Jato.
Maia, o deputado Fernando Francischini (SD-PR) e os senadores Gim Argello (PTB-DF) e Vital do Rego (PMDB-PB) teriam exigido o pagamento de um pedágio para que os empreiteiros Léo Pinheiro (OAS), Júlio Camargo (Toyo Setal) e Ricardo Pessoa (UTC) não fossem convocados a prestar depoimento à CPI.
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No relatório final da CPI mista, o deputado pediu o indiciamento de pessoas que já estão sendo investigadas pela Justiça, como o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef, mas poupou políticos que teriam se beneficiado pelo esquema. Este foi o segundo relatório preparado por Maia para a CPI. A primeira versão do texto recebeu muitas críticas, já que o relator não recomendava nenhum indiciamento, limitando-se a "corroborar e ratificar" os indiciamentos efetuados pela Polícia Federal. Ele também sugeria um "aprofundamento" das investigações.
Procurado por Zero Hora, Marco Maia emitiu nota oficial na qual classifica a acusação de Delcídio Amaral como um "boato, que se soma a tantos outros, com o intuito de tão somente manchar imagens e reputações". Segundo Maia, se de fato a delação premiada de Delcídio for verídica, ela "expressa a intenção em desgastar" o PT.
"Não recebi nenhuma doação, durante a campanha eleitoral de 2014, de qualquer empresa que estivesse sendo investigada pela CPMI, conforme comprova minha prestação de contas à Justiça eleitoral", afirma o deputado, que lembra que, em seu relatório final – aprovado pela CPI mista –, pediu "o indiciamento de 52 pessoas, entre elas, as citadas pelo delator".