Os documentos apreendidos durante a 24ª fase da Lava-Jato, que ocorreu na última sexta-feira e teve como alvo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, devem ser analisados até o final desta semana. A partir de então, serão definidas as próximas etapas da investigação.
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As informações foram dada pelo delegado-chefe da Operação Lava-Jato, Igor Romário De Paula, em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade na manhã desta segunda-feira.
Conforme De Paula, os malotes recolhidos durante os mandados e busca ainda não foram abertos, pois chegaram à sede Polícia Federal, em Curitiba, somente no sábado. Eles devem começar a ser estudados ainda no início desta semana.
Questionado sobre o depoimento prestado pelo ex-presidente em Congonhas, que durou quase quatro horas, o delegado afirmou que as informações ainda estão sob sigilo, mas adiantou que, de forma geral, Lula respondeu às perguntas sem trazer muitas novidades.
– As respostas que ele deu sobre as questões como o sítio e as operações do Instituto Lula são aquelas que vêm sendo divulgadas em notas, e que não fecham com o conteúdo das investigações – informou.
Em resposta à polêmica sobre a necessidade da condução coercitiva de Lula, De Paula reafirmou a necessidade da medida para a segurança da operação, explicou que a opção de fazer algo inesperado foi para evitar tumultos como os que aconteceram em outras tentativas de ouvir o ex-presidente. Ele ressaltou ainda o fato de que a medida foi aplicada também em outras ocasiões durante a Lava-Jato.
– A lei tem que ser aplicada a todos. Não teria porque não ser aplicada também ao ex-presidente Lula – justificou.
De Paula confirmou ainda que há uma suspeita concreta de vazamento de informações sobre a quebra do sigilo bancário do ex-presidente – que teria ocorrido no início da semana passada – e destacou que o fato pode ter prejudicado as buscas. O inquérito instaurado para investigar o vazamento deve ser concluído em 10 dias.