A catarinense Beatriz Althoff, de 27 anos, natural de Florianópolis, desembarcou no aeroporto internacional de Zaventem, nos arredores de Bruxelas, capital da Bélgica, minutos antes do atentado que matou mais de 30 pessoas na cidade na manhã desta terça-feira, 22. No momento das explosões, o empresário Ricardo Benevenuto, de 28, sócio-proprietário de uma barbearia em São José, na Grande Florianópolis, se encaminhava com a namorada e o irmão para a aeronave que os levaria a Berlim.
Formada em administração pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Beatriz está há duas semanas passeando pela Europa com o namorado, após cumprir contrato de trabalho voluntário para uma ONG brasileira na República Checa, para onde foi em 24 de janeiro, segundo sua mãe, Rita Althoff, em entrevista à reportagem do Diário Catarinense.
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Posted by Beatriz Althoff on Sunday, March 20, 2016
Logo que tomou conhecimento de que uma bomba explodira no aeroporto e conseguiu chegar com o namorado a um local seguro, Beatriz enviou para familiares em Florianópolis mensagens pelo WhatsApp. Sua tia, Michele Rossetto, recebeu o recado pouco antes das 7h, horário de Brasília.
– Nossa, foi um susto. Ela já mandou rapidinho uma mensagem porque sabia que ficaríamos sabendo do atentado pela TV e ficaríamos preocupadas – contou Michelle.
Rita Althoff conta que em janeiro, quando soube que Bruxelas estava no roteiro pós-trabalho da filha, pediu que ela não visitasse a cidade.
– Parentes nossos que moram na França também alertaram para o fato de que Bruxelas era um lugar visado pelos terroristas e perigoso. Foi uma intuição de mãe - afirma Rita.
Confira a íntegra do relato de Beatriz:
"Acho que numa questão de minutos aconteceu tudo. O nosso avião pousou e, em coisa de 10 minutos, saímos e fomos pegar as malas. Quando estávamos a caminho das malas, duas pessoas passaram correndo, só que ninguém falou nada. Quando a gente chegou na área das esteiras, estavam todas paradas e todo mundo em silêncio. Tudo muito estranho. Mas identificamos a nossa esteira, pegamos nossas malas e um povo começou a correr. Olhamos para o lugar e tinha fumaça e cheiro. Aí a gente pensou: 'Aconteceu alguma coisa. Vamos ficar atentos para saber se precisa correr ou não'. Mas um monte de gente ficou parada. Aí pegamos as nossas malas e fomos em direção à saída do local, para estava tudo fechado, ninguém podia sair do local. Meu namorado perguntou para o segurança e ele respondeu que era uma bomba, e que era tudo o que ele sabia. Aí a gente ficou esperando para ver o que iria acontecer, não tinha o que fazer. Aí ouvimos o locutor falando 'evacuation, evacuation'. Todo mundo tinha de sair ao aeroporto. Aí começou uma movimentação e agente desceu de onde estávamos para o andar de baixo. E aí começamos a ver a destruição: partes destruída, teto destruído, água correndo de canos, elevador todo sujo de sangue, pegadas de sangue nas escadas, vidros quebrados. Quando chegamos na rua e vimos que não ia ter ônibus, nem nada, tinha ambulância, policial armado. Como não tinha como sair, vimos uma estação de trem, onde conseguimos embarcar".
Áudio e imagens gentilmente cedidos pela reportagem da rádio CBN/Diário.
Ricardo Benevenuto contou à reportagem do DC que está de férias na Europa na companhia da namorada, Bruna Piovesan, florianopolitana de 23 anos que estuda arquitetura em Lisboa, e o irmão Rafael, engenheiro agrônomo que mora na Noruega, de 25. Eles chegaram a Bruxelas na segunda-feira, vindos de Amsterdã, e estavam embarcando para Berlim no momento das explosões.
Confira a íntegra do relato de Ricardo Benevenuto:
"No momento do atentado, eu, meu irmão e minha namorada estávamos indo para o avião e, de repente, escutamos um estrondo muito forte. O chão tremeu. Quando olhei para o lado, tinha uma fumaça muito grande. A princípio a gente pensou que fosse um acidente, porque estão fazendo obra no aeroporto. Mas assim que entramos no avião, veio a notícia de que era um atentado e que precisávamos ficar ali dentro. As pessoas ficaram apavoradas. Agora, nos colocaram num galpão com pessoas do mundo inteiro. Estamos aguardando informações, sem bagem nem nada".