A Samarco se prepara para voltar a operar em Mariana. Menos de quatro meses depois do rompimento da barragem da empresa no município de Minas Gerais, na tragédia que matou 17 pessoas e deixou duas desaparecidas, a mineradora entrou com pedido na Secretaria de Estado de Meio Ambiente para utilizar duas cavas como depósito de rejeitos de minério de ferro.
Conforme o responsável pela área de licenciamento da pasta, Geraldo Abreu, a solicitação é o primeiro passo para que a Samarco volte com as atividades de mineração na região.
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– O segundo seria um pedido para suspensão do embargo da mineradora feito pelo Estado depois da queda da barragem – afirma Abreu.
Não há prazo para a resposta da secretaria ao pedido de uso das cavas. Com a chegada da solicitação, feita na quinta-feira, o governo emitiu um formulário no qual a mineradora precisa responder questões técnicas sobre a utilização das cavas. Em seguida é necessária a apresentação de estudos.
– Todos os procedimentos devem demorar pelo menos um ano – diz Abreu.
As cavas são buracos que se formam depois que determinado ponto da mina se exaure. No pedido enviado à secretaria, a Samarco solicita a utilização de uma cava do Complexo de Germano e outra no Complexo Alegria, cuja exploração é compartilhada com a Vale, conforme informações do responsável pelo setor de licenciamento da secretaria.
Segundo Abreu, no entanto, a utilização das cavas teria duração máxima de dois anos. A operação seria mais segura do que o uso de barragens como a que rompeu em Mariana, por não haver riscos de vazamentos, conforme o representante da secretaria. A Samarco ainda não se posicionou sobre o pedido de utilização das cavas.
*Estadão Conteúdo