A Polícia Civil de Minas Gerais pediu, nesta terça-feira, a prisão preventiva de seis funcionários da Samarco, entre eles o presidente licenciado Ricardo Vescosi, e de um da Vogbr. O primeiro inquérito que investiga o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), foi concluído com o pedido de indiciamento deles por homicídio qualificado (com dolo eventual), inundação e corrupção ou poluição de água potável. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
O desastre ambiental deixou 17 mortos e dois desaparecidos. Foram indiciados da Samarco, além de Vescosi, o diretor licenciado de operações Kléber Terra, o gerente de projetos Germano Lopes, o gerente de operações Wagner Milagres, o coordenador técnico Wanderson Silvério e a gerente de geotecnia Daviely Rodrigues. O engenheiro responsável pela declaração de estabilidade de Fundão, Samuel Loures, da Vogbr, é o sétimo indiciado.
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O inquérito tem 13 volumes e 2.432 páginas. No dia 18 de fevereiro, a Polícia Federal (PF) fez novas buscas de documentos, pois havia a desconfiança de que a Samarco estivesse escondendo dados sobre o monitoramento da barragem de Fundão. A PF cumpriu mandado de busca e apreensão na empresa em Mariana, na unidade de Ubu, localizada em Anchieta (ES), e na residência, em Viçosa (MG), de um engenheiro que prestou serviço para a mineradora.
No mesmo dia, a mineradora entregou ao governo federal um novo plano de recuperação ambiental. Segundo os delegados Alexandre Leão, chefe da delegacia regional de combate ao crime organizado, e Roger de Lima Moura, chefe do inquérito que investiga o rompimento da barragem, a apuração da queda da represa levantou a possibilidade de a empresa não ter repassado todos os dados que teria.