Correção: Olga Veríssimo usou a água da chuva para atividades domésticas, e não para beber, como divulgado no título desta matéria entre as 0h12min e 10h45min de segunda-feira.
Sem água e sem luz deste o temporal, a funcionária pública aposentada Olga Regina Veríssimo tomou uma ação de desespero: passou a recolher a água da chuva dos últimos dois dias, que se acumulava na parte mais baixa do condomínio onde mora, no bairro Partenon, para uso próprio. Não foi a única. Outros moradores seguiram o exemplo da vizinha para conseguir dar conta das tarefas mais básicas dentro de casa.
– Liguei para a CEEE e para o Dmae e a linha está sempre ocupada. Dois dias no escuro e nem previsão de retorno, é indignante. Sei que não é a opção mais correta, mas faço o que for preciso para seguir em frente – disse Olga.
40 horas de seca
A professora Janete Stiandorello, 65 anos, esperava mais de 40 horas sem água. O que tinha guardado em casa acabou após dois dias sem uma gota na torneira. A saída foi almoçar fora e tomar banho na casa de amigos e parentes. Moradora do bairro Auxiliadora, Janete se diz surpresa com o tamanho dos estragos da cidade, mas mais ainda com a falta de preparo da prefeitura diante da situação:
– Sei que foi um fenômeno incomum e que é uma situação de emergência. Mas são quase dois dias inteiros sem qualquer satisfação. A gente fica horas no telefone para ouvir uma gravação ou para escutar que não tem previsão de retorno do serviço.
Coqueiro caiu em pário no bairro Santana
Alexandre de Moraes Souza, está desde sexta-feira sem água e sem luz em casa, localizada no bairro Santana. O vento que chegou a 119 km/h destelhou a moradia onde ele vive com a família e derrubou diversas árvores que o profissional autônomo tem no terreno. Semanas antes, Souza chegou a ir até a prefeitura e fazer um protocolo pedindo o corte de coqueiros que tinha na frente do terreno e achava que estavam em condições ruins. A resposta que recebeu do poder público é que não havia necessidade da poda: "coqueiros não costumam cair".
–Uma vez fui processado por corte ilegal de árvores no terreno. Depois deste temporal acho que fiz a coisa certa. Se eu não tivesse feito uma delas bem que poderia ter caído em cima da minha cabeça – diz.