Um dos principais vilões do aumento da inflação em 2015, o preço da gasolina não assombra os motoristas à toa. Um ano depois do início do levantamento pelo Diário Gaúcho em 80 postos de gasolina da Capital, a reportagem retornou a 78 estabelecimentos - um está fechado para reforma e outro passou a vender sem bandeira - e identificou que o preço médio subiu de R$ 3,30 para R$ 3,92.
O aumento foi de 18,7%, na contagem do DG. No mesmo período, a inflação em Porto Alegre, medida pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) foi bem menor: 11,05%.
No primeiro levantamento, feito em 4 de fevereiro de 2015, o valor mais baixo encontrado foi de R$ 3,15. Ontem, ao retornar aos mesmos estabelecimentos, o preço mais em conta era de R$ 3,76, em um Posto Shell da Avenida Plínio Brasil Milano, junto ao Carrefour. O valor mais salgado foi de R$ 3,99, verificado em 12 estabelecimentos, nas Zonas Norte e Sul.
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No começo do ano, os preços estavam ainda mais elevados devido ao aumento da alíquota do ICMS de 25% para 30%. O mercado, porém, vem reduzindo os valores devido à queda nas vendas, avalia o gerente de um Posto Shell na Avenida Bento Gonçalves, Gilberto Ferraz, onde a gasolina comum é vendida a R$ 3,89, valor menor que a média.
- Diminuiu muito o consumo, e é isso que faz o preço baixar. Vamos ver por quanto tempo conseguimos segurar esse preço - avalia Gilberto.
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Os frequentes aumentos da gasolina ao longo de 2015 fizeram com o preço do item fosse um dos maiores motivos de reclamações no Procon de Porto Alegre. O diretor-executivo do órgão, Cauê Vieira, afirma que o mercado é tradicionalmente cíclico, com preços que oscilam conforme a demanda:
- No momento que a demanda cai, o posto se obriga a tentar ganhar pelo volume de venda. E é só o consumidor que consegue regular este aumento.
Em busca do menor preço
O administrador Alexandre Piazera, 28 anos (foto abaixo), de Porto Alegre, gasta em torno de R$ 60 por semana em gasolina. Busca sempre o menor preço e, ontem de manhã, estava abastecendo seu Celta em um dos postos com valor mais em conta da Avenida Ipiranga: R$ 3,89 o litro.
Ainda assim, estava impressionado com a diferença de preço do combustível entre o Estado e Santa Catarina - onde os preços, historicamente, são mais baixos devido às menores alíquotas, explica Cauê Vieira.
- Tenho família em Palhoça e, lá, o litro da gasolina está R$ 3,24. É muita diferença para quem usa bastante o carro - lamentou.
Levantamento DG
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