Em entrevista à Folha de S. Paulo, a jornalista Mirian Dutra disse que Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP) usou a empresa Brasif S.A. Exportação e Importação para enviar dinheiro ao Exterior. Mirian, que manteve um relacionamento extraconjugal nos anos 1980 e 1990 com o ex-presidente, diz que a verba seria para bancar ela e seu filho, Tomás Dutra.
A transferência foi feita, segundo a jornalista, por meio da assinatura de um contrato fictício de trabalho. O documento previa que deveria prestar "serviços de acompanhamento e análise do mercado de vendas a varejo a viajantes", fazendo pesquisas "tanto em lojas convencionais como em duty free shops e tax free shops" em países da Europa.
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Mirian afirmou à Folha que "jamais pisou" em uma loja convencional ou em um duty free para trabalhar e que o contrato, de US$ 3.000 mensais, foi feito para "suplementar" a renda dela e de Tomás.
Em nota enviada ao jornal, FHC admitiu manter contas no Exterior e ter mandado dinheiro para Tomás, mas nega ter usado a empresa para bancar a jornalista. O ex-presidente disse que os recursos enviados a Tomás provêm de "rendas legítimas" de seu trabalho, depositadas em contas legais e declaradas ao Imposto de Renda.
Embora Mirian negue, FHC diz ter reconhecido Tomás como filho em 2009. O ex-presidente afirma ter feito dois testes de DNA nos Estados Unidos, que deram negativo, mas que não deixou de tratar o jovem como filho e de ajudar no seu sustento.