Dispostas sobre o calçadão da ERS-786, no Km 41, que passa por dentro de Cidreira com o nome de Avenida Mostardeiro, no Litoral Norte, placas de carros repousam à espera de seus donos. Arrancadas nas crateras que consomem a rodovia, elas acabam recolhidas pelos moradores da região e deixadas em locais visíveis aos proprietários dos veículos.
São tantos os buracos no trecho de cerca de 5km, que é impossível desviar de um sem cair em outro ainda maior. O problema piora quando chove, como ocorreu no domingo passado. A água encobre a buraqueira, transformando o trecho numa perigosa armadilha aos motoristas. Pelas placas abandonadas, a maior parte da Região Metropolitana, percebe-se que os veranistas são os mais azarados. Segundo os moradores da região, a má conservação da pista vem piorando desde novembro do ano passado, quando o Daer fez um reparo emergencial usando brita para tapar temporariamente o que mais parece o solo lunar.
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Proprietário de uma pousada localizada em frente à estrada, Laíno Azambuja da Silva, 63 anos, se tornou um dos responsáveis por recolher as placas deixadas nos buracos. Junto com o filho Fabiano, 35 anos, ele busca uma a uma na esperança de que o proprietário retorne pelo mesmo caminho. Assim como Laíno, outros moradores do trecho também recolhem as placas e as espalham no calçadão que divide a pista ou as penduram nas cercas.
- O coitado do motorista terá que desembolsar se for pego pela fiscalização. Por isso, faço questão de recolhê-las. Alguns voltam, e comemoram quando encontram a placa. Em dias chuvosos, já fico na sacada só de olho no próximo azarado - comentou o proprietário da pousada.
Água na canela
Em outro ponto da rodovia, próximo ao Km 39, a dona de casa Lizete Rejane da Silva Ramos, 50 anos, e o marido Luiz Fernando Feijó, 63 anos, entraram numa das crateras alagadas para alertar aos motoristas sobre o problema, no domingo passado. Dentro do buraco, a água ultrapassou as canelas de Lizete. Proprietários há 22 anos de uma casa de veraneio ao lado da rodovia, os dois contam que nunca presenciaram situação parecida no trecho.
- Quando chove, vira uma piscina. Quando tem sol, é uma poeira que invade a casa porque o só fazem manutenção com restos de brita. Pelo menos no verão, quando o trânsito aumenta, é preciso asfalto novo e não um tapa-buraco - reclamou Lizete.
Reparo
Por meio da assessoria de imprensa do Daer, a 16ª coordenadoria do órgão, responsável pela ERS-786 na região, informou que a empresa com contrato vigente para reparos na rodovia deverá fazer a manutenção assim que as chuvas cessarem. Porém, como não há verba disponível do governo estadual para pavimentar a estrada com massa asfáltica, ocorrerá apenas um reparo emergencial com distribuição de brita sobre os buracos que se amontoam no trecho.
Multa e apreensão do veículo
Segundo o artigo 221 do Código de Trânsito Brasileiro, trafegar sem a placa do veículo é uma infração média, que resulta em multa de R$ 85,13, quatro pontos na carteira e retenção do veículo ou do documento de habilitação até que a situação seja resolvida. O coordenador do setor de fiscalização da EPTC, Roberto Rambor, alerta para a importância de registrar na delegacia - pode ser na delegacia on-line - a perda da placa. O registro é um documento que facilita ao motorista no caso de ele ser abordado pela fiscalização.
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Estradas no Litoral Norte
Buracos na ERS-786 transformam rodovia em cemitério de placas entre Cidreira e Magistério
Moradores de trecho recolhem as placas que caem dos veículos nas crateras espalhadas na estrada
Mateus Bruxel
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