O Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) realiza, na manhã desta quarta-feira, a segunda etapa do trabalho que investiga criminosos responsáveis por furtar dados de empresas de telefonia e repassar para call centers. Essas empresas comercializavam as informações com grupos concorrentes do mesmo setor. As informações são do blog Caso de Polícia, da Rádio Gaúcha.
A investigação aponta que tanto companhias quanto clientes eram lesados pelo esquema. Na ação, que também ocorre em Santa Catarina, os agentes cumpriram 22 mandados de busca e apreensão. A primeira etapa da operação, chamada de Spy I, foi realizada em dezembro de 2014.
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O prejuízo da empresa que teve o sistema violado supera R$ 40 milhões, segundo a Polícia Civil. Responsável pela ação, a delegada Sílvia Coccaro de Souza, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), acredita que o prejuízo pode ser maior porque a ação pode ter se estendido para outros Estados.
O esquema consistia no furto de dados de clientes e repasse das informações para call centers e venda para concorrentes por um grupo de empresários e “crackers” (indivíduos que praticam a quebra de um sistema de segurança de forma ilegal ou sem ética).
Os mandados judiciais foram cumpridos em 11 empresas de call center, em um escritório de contabilidade e em residências de envolvidos no esquema. No Rio Grande do Sul, 34 policiais cumpriram 10 mandados na Capital e em Cachoeirinha. Os principais alvos no Estado são quatro empresas de call center e um escritório de contabilidade. Em Santa Catarina, 36 agentes cumpriram 12 mandados em Araranguá e em São José. Cinco empresas de call center são apontadas como integrantes do esquema.
Foi possível dar continuidade à ação porque, depois de deflagrada a Operação Spy I (quando se descobriu que os bandidos chegaram até a montar um call center fictício para atender clientes), houve quebra do sigilo telefônico e bancário dos envolvidos e foi possível chegar a novos suspeitos. Os principais crimes detectados são invasão de dispositivo cibernético, lavagem de dinheiro, concorrência desleal, associação criminosa e estelionato.