A Polícia Civil indiciou, por latrocínio e ocultação de cadáver, o homem que confessou ter assassinado uma jovem a facadas em São Francisco de Paula, na Serra, no fim de dezembro. O inquérito foi remetido à Justiça na manhã desta quarta-feira.
Luis Paulo da Silva Nunes, 31 anos, está preso na Penitenciária Regional de Caxias do Sul. Ele havia sido capturado na noite de 23 de dezembro ao retornar a um motel no bairro Niterói, em Canoas, onde tentava se esconder.
Nunes disse que pretendia roubar dinheiro da vítima (a estudante de Direito Dóris Terra Silva, 21 anos), mas que a matou porque ela teria reagido ao assalto. A jovem havia desaparecido na tarde de 20 de dezembro, depois de dizer à família que iria a uma farmácia. Dóris foi abordada pelo criminoso na saída de um supermercado, no centro da cidade, e conduziu o carro que dirigia (um Toyota Corolla, que pertence ao pai da jovem) por cerca de quatro quilômetros.
Na ERS-020, o homem teria dito para a vítima descer do veículo. Dóris, conforme a versão de Nunes, desferiu-lhe um tapa. No local, ele a matou com três facadas e abandonou o corpo.
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Depois de supostamente cometer o crime, o assassino confesso dirigiu até Canoas, cidade onde nasceu e possui amigos e familiares, e sacou todo o dinheiro que havia na conta da vítima. Na Estação Niterói do Trensurb, ele apareceu em imagens de câmeras de vigilância.
Nunes foi identificado pela polícia graças ao depoimento de uma testemunha próxima a ele, que reconheceu a faca encontrada próximo ao corpo da estudante. Para traçar os detalhes do crime e a trajetória feita desde São Francisco de Paula até Canoas, a delegada responsável pela investigação, Fernanda Seibel Aranha, irá solicitar ao Instituto-Geral de Perícias (IGP) a reconstituição do latrocínio. O pedido oficial ao órgão deve ser formalizado no início da próxima semana.
Na chamada Reprodução Simulada dos Fatos (RSF), os envolvidos contam e encenam suas versões do ocorrido. As versões são registradas em fotos, que depois compõe o relatório da perícia.
* Zero Hora