O primeiro mês do ano chega ao fim e o movimento nos preços dos combustíveis não são muito animadores. Os preços da gasolina e do etanol já aumentaram na maioria dos postos desde a última pesquisa do "Diário", em 3 de janeiro.
Mesmo depois da elevação em cerca de 7% por conta da nova alíquota do ICMS, a gasolina variou, em média, 2,2% em 15 postos que reajustaram valores desde então. Já no etanol, a maior alta foi de 16%, mas na média, foi de 7,6% nos 18 estabelecimentos que corrigiram os preços.
A explicação para esse comportamento tem a ver com a produção de cana-de-açúcar, matéria-prima do álcool. A safra está na fase da colheita, porém, as chuvas que atingem o Sudeste e o Centro-Oeste dificultam a retirada da cana do campo e, por consequência, diminuem a oferta do produto para a indústria. Outro fator é a cotação do dólar, conforme o gerente da rede Santa Lúcia, Cláudio Tavares:
- Com o dólar a esse preço, é mais vantajoso para a usina produzir açúcar e exportar do que fabricar etanol.
Segundo Tavares, donos de postos têm pagado novos preços pelo álcool a cada semana, quando as distribuidoras compram o produto em leilões. Como o preço é regulado por oferta e demanda, o pouco etanol disponível faz o preço ficar maior. Com isso, a cada carregamento, o litro chega ao menos R$ 0,06 mais caro.
Nesta semana, a carga adquirida pela empresa onde Tavares trabalha veio R$ 0,20 mais cara por litro. Como o etanol é adicionado à gasolina na proporção de 27,5%, até o combustível mais usado está tendo impacto.
- Além do preço mais alto, o produto fica escasso. As distribuidoras já estão avisando que é bom fazer estoque para o Carnaval, para não faltar - alerta Tavares.