Uma constatação generalizada do panorama político venezuelano resulta na seguinte preocupação: há riscos de violência neste domingo. Os últimos dias foram intensos e preocupantes.
Exemplo: na quarta-feira, o Parlamento Europeu suspendeu a missão de deputados que deveria enviar para as eleições de 6 de dezembro, evocando "razões de segurança" e "falta de cooperação das autoridades venezuelanas". No início de novembro, três deputados viajaram para a Venezuela em uma "missão exploratória" para "avaliar a situação política". Ao retornar, a delegação "observou a deterioração preocupante da democracia e do Estado de direito e limitações às liberdades civis e dos direitos civis".
Tudo isso, conforme o cientista político Nicmer Evans, dissidente do chavismo, pode levar a um fartão dos eleitores e a um consequente perfil mais independente do Legislativo.
- A maioria dos venezuelanos, cerca de 40%, segundo o instituto Venebarómetro, pede que a personalidade que surja a partir da mudança seja independente. Teremos, neste dia 6, o último duelo da polarização - diz ele.
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Evans chega a falar em uma "polarização pactuada" tacitamente entre governo e oposição.
- Qualquer fator externo a esse pacto perturbará os interesses de uma oposição que acredita que vai ganhar e um governo que acredita que vai manter sua hegemonia - disse.
O sociólogo Ramón Piñango, que aposta em uma "avalanche de votos oposicionistas", entende a atitude dos europeus e imagina um domingo tenso.
- Há sérios riscos de violência - diz, definindo "a presença de observadores estrangeiros como indispensável para o mundo ser informado do que ocorra".
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Léo Gerchmann
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