A Polícia Federal (PF) conclui os indiciamentos dos investigados na Operação Enredados, deflagrada em 15 de outubro, para desarticular organização criminosa que atuava no extinto Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), com núcleos em Brasília e Santa Catarina, e na superintendência catarinense do Ibama. Ao todo, foram responsabilizadas 90 pessoas, que totalizaram cerca de 450 indiciamentos, sendo 55 por corrupção ativa, 77 por corrupção (nas modalidades passiva e privilegiada), 98 por crime ambiental, entre outros crimes. Do total de indiciados, 27 eram servidores públicos.
No dia 27 de novembro, a PF já havia encaminhado o relatório final do inquérito policial, abrangendo mais de 30 casos criminosos, muitos divididos em diversas ações, distribuídas em conformidade com o núcleo de atuação da quadrilha. Em nota, a PF afirmou que "cada subfato conteve a individualização da conduta dos investigados em conformidade com as provas reunidas durante um ano de operação e a participação nos eventos analisados".
A operação revelou inúmeros crimes ambientais e administrativos, que provocaram dano ambiental estimado pelo Ibama em mais de R$ 5 bilhões. Durante as investigações, foram realizadas diversas apreensões de pescados obtidos por meio de pesca ilegal – no total, foram recolhidas aproximadamente 250 toneladas de peixe, cujo valor comercial supera R$ 3 milhões.
Até 18 de dezembro, quando o relatório foi finalizado, 14 pessoas continuavam presas, do total de 19 detidas em 15 de outubro. Decisão da Justiça Federal em Rio Grande proferida no mesmo dia revogou 12 mandados de prisão, mas 11 das revogações foram revertidas por liminar concedida pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que atendeu recurso do Ministério Público Federal. Assim, atualmente, permanecem presas preventivamente 13 pessoas.