Protestos contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff e a favor da saída do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tomaram as ruas de cidades de 21 Estados e do Distrito Federal nesta quarta-feira. As mobilizações contaram com participação de centrais sindicais, movimentos estudantis e entidades ligadas a partidos políticos como o PT e o PC do B. Os atos foram realizados três dias após as manifestações pró-impeachment de domingo.
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Em Porto Alegre, movimentos sociais e integrantes da Frente Brasil Popular e da Frente Povo Sem Medo fizeram caminhada pelo Centro e defenderam a manutenção do mandato de Dilma e a cassação de Cunha.
Segundo a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o ato chegou a reunir 5 mil pessoas. Já a Brigada Militar afirma que a passeata contou com 2 mil militantes. Durante mais de duas horas, o grupo distribuiu panfletos para as pessoas que andavam pelas vias da região e entoou gritos de guerra contra o impeachment, chamado de "golpe", e direcionados ao peemedebista. Os manifestantes também incluíram na pauta o repúdio ao ajuste fiscal.
– Estamos denunciando que as pessoas que trabalham pelo golpe possuem uma agenda contra os trabalhadores. São os mesmos que querem a terceirização, que querem reduzir direitos dos assalariados. Cunha e os seus aliados querem um ajuste fiscal ainda mais profundo e às custas da classe trabalhadora – disse o presidente da seção gaúcha da CUT, Claudir Nespolo.
Quando o público já começava a se dispersar, líderes do ato avisaram os presentes sobre o pedido de afastamento de Eduardo Cunha, feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e os militantes comemoraram.
Em São Paulo, os manifestantes se reuniram no vão do Masp, na Avenida Paulista. De acordo com a Polícia Militar, a concentração começou às 14h30min e, por volta de 17h30min, os participantes ocupavam completamente a avenida. Eles saíram em caminhada com balões e cartazes, além de fogos de artifício e sinalizadores. Há uma grande discrepância entre a projeção de público da PM e a dos organizadores. A polícia calculou o número em 3 mil, enquanto os movimentos estimam entre 70 mil e 100 mil.
No Rio de Janeiro, o protesto também foi contra o ajuste fiscal e reuniu manifestantes em frente à Cinelândia, no centro da cidade. Os organizadores do ato contaram 10 mil participantes, e a Polícia Militar não divulgou estimativa até o fechamento desta edição.
Em Brasília, os manifestantes começaram a se reunir no estacionamento do Estádio Nacional Mané Garrincha por volta das 16h. A presidente participava da Conferência Nacional da Juventude dentro da arena no mesmo momento. A Polícia Militar estimou a presença de 2,5 mil pessoas, mas organizadores do ato falaram em 3 mil.
Em Belo Horizonte, o ato contra o impeachment chegou a reunir 20 mil pessoas às 19h, de acordo com a organização. A PM contabilizou 5 mil pessoas no mesmo horário.