A dois dias do encerramento oficial de 2015, o "Diário" repetiu a pesquisa de preços dos combustíveis em Santa Maria. O balanço resultante da comparação com os levantamentos anteriores mostra que a oscilação dos preços não deu trégua aos consumidores desde janeiro - confira gráfico com os preços médios ao lado.
E quando 2016 começar, a página não será virada. Com a vigência da nova alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), a partir de 1º de janeiro o litro do combustível ainda deverá subir R$ 0,08.
Em 30 de janeiro, quando foi feita a primeira pesquisa em 25 postos da cidade, o litro mais barato da gasolina custava R$ 2,87. Na tarde desta terça-feira, o consumidor que pesquisasse bastante e estivesse disposto a abastecer em dinheiro encontraria o produto a R$ 3,48. A diferença é de R$ 0,60 por litro e, em um tanque de 50 litros, de R$ 30.
Comparando a média dos preços, de janeiro a dezembro a variação chega a R$ 0,55. Mas o auge da elevação já passou: no fim de novembro, a gasolina custava, em média, R$ 3,616.As pesquisas de preços começaram quando foi anunciado para 1º de fevereiro o retorno da Cide e o aumento da PIS/Cofins sobre os combustíveis, o que impactaria em R$ 0,22 a mais por litro. Na prática, o santa-mariense chegou a ver uma alta de R$ 0,40 em poucos dias.
Depois disso, a concorrência entre os estabelecimentos fez o preço cair, mas outros custos, como aumentos salariais, a sequência de aumentos na conta de luz e a cotação do dólar, que impacta na produção do etanol adicionado à gasolina, contribuíram para que essa curva não baixasse mais. O resultado é um aumento médio de 18% no litro do combustível, igual ao dobro da inflação do período, que foi de 9,62% (calculada pelo IPCA).
Novas altas
Projetando o comportamento do setor no ano que vem, o economista Mateus Frozza, que é coordenador do curso de Economia da Unifra, afirma que a tendência é que ainda nos primeiros dias de 2016 os donos de postos de combustíveis já repassem integralmente ao consumidor a elevação do ICMS. O que pode frear esse aumento ao motorista é a concorrência. Porém, outros fatores de impacto devem permanecer:
- O câmbio deve seguir influenciando o gasto com combustíveis, assim como a questão da produção de álcool. E o governo não descarta novos aumentos de tributos. Assim, serviços como o transporte escolar podem ficar mais caros em 2016.