Duas entidades de imprensa emitiram posicionamento nesta segunda-feira reprovando a ação da Polícia Militar de Santa Catarina, que prendeu três jornalistas - entre eles o repórter-fotográfico do DC Marco Fávero - durante uma reintegração de posse em terreno ocupado às margens da SC-401, em Florianópolis, no sábado.
Veja as notas na íntegra divulgadas por Abert e ACI:
Nota da Abert:
A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão repudia o ato truculento da polícia militar de Santa Catarina, ao deter três jornalistas que cobriam uma reintegração de posse de terreno na SC-401, no último sábado (19).
O repórter-fotográfico do Diário Catarinense Marco Fevero foi algemado e colocado dentro da viatura da polícia, de onde só foi liberado após 40 minutos. Ao tentar conversar com os policiais, recebeu a justificativa de que estava sendo algemado “para sua própria segurança”.
As jornalistas Natália Pilati e Joana Zanotto, que trabalham para a página de notícias no Facebook Maruim, foram detidas e encaminhadas à delegacia. Elas tiveram que assinar um termo circunstanciado por resistência.
Em menos de uma semana, esse foi o segundo caso de ameaça a profissionais da comunicação em Santa Catarina. No dia 13, outra jornalista do Diário Catarinense sofreu intimidação ao fotografar a ação de policiais em Florianópolis. A repórter Ângela Bastos teve o celular tomado por policiais e as imagens apagadas após registrar a prisão de um rapaz.
A Abert considera extremamente preocupante toda e qualquer forma de intimidação ou ato de violência que tente impedir a livre e necessária atuação da imprensa e pede a apuração rigorosa dos fatos, além da punição dos responsáveis, às autoridades de Santa Catarina.
DANIEL PIMENTEL SLAVIERO
Presidente
A ABERT é uma organização fundada em 1962, que representa 3,6 mil emissoras privadas de rádio e televisão no país, e tem por missão a defesa da liberdade de expressão em todas as suas formas.
Nota da ACI:
A Associação Catarinense de Imprensa (ACI) repudia a ação da Polícia Militar contra trabalho de jornalistas. Neste sábado (19), por ocasião de ação de reintegração de posse em terreno no Norte da Ilha de Santa Catarina, um repórter fotográfico foi detido e algemado enquanto apenas exercia sua atividade profissonal. Em nenhum momento a atuação do profissional atrapalhou a ação da PM. Há poucos dias houve coação a uma repórter do Diário Catarinense em episódio no Centro da Capital. Não há qualquer fato que justifique a atitude da PM. A ACI manifesta preocupação com a atitude da PM catarinense e com o cerceamento ao desempenho da função de informar à sociedade. Tais atitudes não coadunam com um Governo democrático e com a história da PM de SC e fatos como este não podem virar rotina, maculando a boa imagem que a população espera das autoridades de segurança.
A Direção.