O governo Dilma Rousseff decidiu pagar os R$ 57 bilhões das pedaladas fiscais de 2015 até quinta-feira, último dia do ano. O principal objetivo, segundo o jornal Estadão, é não deixar brechas que possam ser usadas como argumento para o processo de impeachment contra Dilma, enfraquecendo o debate no Congresso Nacional.
Nesta segunda-feira, em reunião com seus ministros da Junta Orçamentária, a presidente números atualizados de receitas e despesas e o sinal verde do ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, de que será possível pagar todas as dívidas do governo com BNDES, Banco do Brasil, Caixa e Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
Ainda assim, a expectativa do governo é fechar o ano dentro do limite máximo de déficit fiscal previsto no Orçamento aprovado pelo Congresso. Somando as manobras e o déficit fiscal, o governo poderá ter um rombo final no ano de R$ 108,8 bilhões, segundo prevê a Lei Orçamentária.
O processo de impeachment aberto pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), usa exatamente o argumento de que as pedaladas constituíram um crime de responsabilidade. O governo nega que os atrasos tenham sido uma infração e terá como trunfos o parecer pela aprovação das contas de 2014 feito pelo senador Acir Gurgacz (PDT-RO) e, agora, o pagamento total das pedaladas.