O Conselho de Ética confirmou na manhã de quinta-feira a entrega da notificação ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A partir disso, começa a contar o prazo de 10 dias úteis para que Eduardo Cunha apresente sua defesa por escrito. A assessoria do colegiado já havia tentado, sem sucesso, enviar o documento na véspera.
Na terça-feira, o Conselho de Ética aprovou, por 11 votos a favor e nove contrários, a continuidade do processo contra o parlamentar, acusado de receber propina para viabilizar negócios da Petrobras e pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Além disso, Cunha teria prestado falso testemunho, em depoimento à CPI da Petrobras, ao negar que mantém contas no exterior.
A defesa de Eduardo Cunha tenta anular a sessão de quarta-feora, que aprovou o relatório do deputado Marcos Rogério (PDT-RO) pela continuidade das investigações. Há dois dias, antes da votação, o colegiado recusou um pedido de vista do deputado Genecias Noronha (SD-CE), sob argumento de que o parecer era um complemento de voto ao relatório que já tinha sido apresentado por Fausto Pinato (PRB-SP) e discutido pelos parlamentares. A tentativa do pedido de vista foi considerada mais uma manobra de parlamentares aliados ao presidente da Casa para tentar adiar, pela oitava vez, a votação do relatório.
O deputado Carlos Marun (PMDB-MS) foi o primeiro a apresentar recurso à Mesa Diretora para anular a sessão do Conselho. A decisão está nas mãos do primeiro vice-presidente, Waldir Maranhão (PP-MA), que também é defensor de Cunha. Foi também Maranhão que autorizou o afastamento do primeiro relator do caso, Fausto Pinato, que defendeu a continuidade das investigações.
Depois de receber a defesa de Cunha, o Conselho de Ética terá 40 dias para apurar se houve quebra de decoro. A presidência da Câmara dos Deputados não confirma o recebimento da notificação.
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