O Instituto-Geral de Perícias (IGP) concluiu que a carta de despedida encontrada após a morte de Odilaine Uglione, ex-mulher do médico Leandro Boldrini, foi escrita pela própria mãe do menino Bernardo. A conclusão foi divulgada em reportagem de Jonas Campos e Glaucius Oliveira que foi ao ar nesta quarta-feira na RBS TV.
Peritos compararam a letra da carta com a grafia de documentos encontrados na bolsa de Odilaine e apontaram que ela costumava variar a escrita de algumas letras. Uma perícia particular, contratada pela família Uglione, havia afirmado que a autoria da carta não era da vítima.
- É consenso de todos os peritos, sem a mínima sombra de dúvidas, que a carta foi escrita por Odilaine Uglione - destacou o diretor-geral do IGP, Cleber Muller.
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A análise reforça a tese de que a mãe do menino tenha cometido suicídio, como concluiu um inquérito conduzido à época do ocorrido. Em maio deste ano, após a apresentação da perícia particular, a Justiça determinou a reabertura da investigação. A família de Odilaine sustenta que ela não se matou, mas que, na realidade, foi assassinada.
- Todos nós vemos que a hipótese mais provável seja a de suicídio, mas a investigação ainda está em andamento. Não conseguimos descartar a hipótese de uma segunda pessoa ter participado. Ou seja, o assassinato ainda não está descartado - diz Muller.
O IGP também reconstituiu o crânio de Odilaine, mas não chegou a conclusões definitivas para a investigação. Conforme a simulação, o tiro que a matou pode ter sido disparado por Odilaine ou por uma segunda pessoa.
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Foram fotografados vários ângulos do crânio, que foi reconstituído no computador em imagem 3D. A partir disso, os especialistas traçaram uma linha do ponto no qual a bala entrou (na boca de Odilaine) até onde o projétil saiu.
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O IGP ainda analisou o material encontrado sob as unhas da mulher que havia sido coletado no dia da morte, em 10 de fevereiro de 2010, e o comparou com o DNA fornecido por Boldrini, então marido de Odilaine. Neste caso, a análise também não foi conclusiva para indicar se houve, por exemplo, uma luta corporal.
Peritos encontraram o cromossomo Y (masculino) embaixo das unhas de Odilaine, mas não foi possível afirmar se é de Boldrini, que estava no consultório onde ela morreu. Também foi testada a arma encontrada ao lado do corpo.
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Na semana passada, o IGP reconstituiu a morte de Odilaine, a pedido da Polícia Civil, em Três Passos. Boldrini, preso por suspeita de envolvimento na morte do filho, participou dos trabalhos, sob um forte esquema de segurança.
Ainda não está concluída a análise da chamada Reprodução Simulada dos Fatos (RSF), mas o diretor-geral adiantou que, enquanto algumas testemunhas afirmam que Boldrini estava na sala no momento do disparo, outras dizem que ele já havia deixado o consultório.