A operação que a Polícia Federal realizou nesta terça-feira, nas residências do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em Brasília e no Rio de Janeiro, também alcançou os endereços do ministro de Ciência e Tecnologia, Celso Pansera (PMDB-RJ), do ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e dos senadores Edison Lobão (PMDB-MA) e Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE). Ainda foram alvos os deputados Aníbal Gomes (PMDB-CE) e Aureo (SD-RJ), além do ex-presidente da Transpetro Sergio Machado.
Outra ação foi realizada na sede do PMDB em Alagoas. Os mandados, expedidos pelo ministro do STF Teori Zavascki, estão sendo cumpridos no Distrito Federal (nove), em São Paulo (15), no Rio (14), no Pará (seis), em Pernambuco (quatro), em Alagoas (dois), no Ceará (dois) e no Rio Grande do Norte (um). O principal objetivo da PF com a ação é evitar que os investigados destruam provas.
Celso Pansera foi apontado pelo doleiro Alberto Youssef, um dos delatores do esquema de corrupção investigado pela Lava-Jato, como "pau mandado" de Eduardo Cunha.
O deputado Aníbal Gomes é alvo de quatro inquéritos no STF. O parlamentar é suspeito de ser "interlocutor" do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) - que teria usado Gomes como intermediário dos contatos com a diretoria de Abastecimento da Petrobras, reduto do PP no esquema de corrupção instalado na estatal.
Por volta das 8h30min, Cunha ainda estava em sua residência em Brasília, onde a PF faz buscas e apreensões iniciadas aproximadamente às 6h. Homens da PF também estão cumprindo mandados na Câmara dos Deputados. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo apurou, o presidente da Câmara está incomunicável porque seu telefone celular foi apreendido pelos agentes da PF. Um advogado está com Cunha dentro da residência.
Ainda de acordo com informações obtidas pela reportagem, a Polícia Federal pediu acesso na Câmara ao e-mail de Cunha e do deputado Aníbal Gomes.
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Batizada de Catilinárias, a operação faz parte das investigações da Operação Lava-Jato. A ação cumpre ao todo 53 mandados de busca e apreensão - na residência dos investigados, endereços funcionais, sedes de empresas, escritórios de advocacia e órgãos públicos - expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, referentes a sete processos instaurados a partir de investigações da Lava Jato.