Cotado para assumir uma vaga no Conselho de Ética da Câmara, o deputado Sérgio Moraes (PTB-RS) defende o afastamento do colega Fausto Pinato (PRB-SP) da relatoria do processo contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
O parlamentar gaúcho afirma que a situação de Pinato é idêntica à sua em 2009. Na oportunidade, Moraes foi afastado da relatoria no Conselho de Ética do processo contra Edmar Moreira (MG), que ficou conhecido como o "deputado do castelo", sob acusação de antecipar sua posição, que seria a favor de aliviar o colega. No caso de Cunha, Moraes acredita que Pinato antecipou seu parecer pelo andamento da investigação do presidente da Câmara. Nas duas situações, o conselho tinha como presidente José Carlos Araújo (PSD-BA).
- Fui afastado da relatoria porque eu teria antecipado o voto. O mesmo caso aconteceu agora, só que o mesmo presidente julgou diferente, que não precisaria afastar o relator. É um jogo de mídia, um jogo de cena, na verdade creio que é um grande teatro - disse Moraes.
Em 2009, o deputado foi afastado da relatoria do caso de Moreira, que era suspeito de usar de forma irregular a verba indenizatória da Câmara para contratar a empresa que realizava a segurança de um castelo de R$ 25 milhões em Minas Gerais. Foi neste episódio que Moraes afirmou que estava "se lixando para opinião pública".
- Fui injustiçado. O deputado Moreira foi absolvido depois - acredita o gaúcho.
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Atual suplente do Conselho de Ética, o petebista tem o nome cotado para substituir o titular Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), que estaria com dificuldades para justificar aos seus eleitores a posição contrária ao andamento do processo contra Eduardo Cunha, seu aliado. Moraes assumiria com a missão de votar para evitar a punição ao peemedebista.
O deputado gaúcho foi procurado na sexta-feira pela presidente do PTB, Cristiane Brasil (RJ), que lhe pediu para participar da sessão desta terça-feira do conselho, no qual o relator Fausto Pinato deu o parecer pela continuidade do processo contra Cunha. Moraes foi ao colegiado, porém Arnaldo também compareceu.
- Não acredito que eu vá assumir de forma definitiva. Não sei se sou titular, se sou suplente. Estou aí para trabalhar a pedido do partido - afirma.
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Questionado se votaria pelo andamento ou arquivamento do processo de Cunha, Moraes revela que seria a favor da continuidade do caso no conselho.
- Não ouvi o advogado (de Cunha) até o final, mas, até o momento, se eu tivesse de votar, votaria para continuar a investigação.