Os líderes do G20 preparam nesta segunda-feira, na cúpula de Antalya, Turquia, medidas conjuntas para lutar contra o terrorismo e prevenir novos atentados depois do Paris.
Reunidos desde domingo na cidade turca às margens do Mediterrâneo, os dirigentes tentarão mostrar, além disso, sua determinação em alcançar um acordo na crucial conferência climática de Paris, daqui a duas semanas.
Na véspera, os presidentes americano, Barack Obama, e russo, Vladimir Putin, acertaram suas posições sobre a guerra na Síria e, junto a seus colegas na cúpula do G20 na Turquia, prometeram atuar contra os "terroristas estrangeiros".
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Dois dias depois que os atentados de Paris reivindicados pelo grupo Estado Islâmicos tornaram mais urgente avançar para uma solução do conflito sírio, Obama e Putin mantiveram uma inesperada reunião bilateral informal, a primeira desde o início, há um mês, da intervenção russa para apoiar o regime do presidente sírio, Bashar al-Assad.
Os dois líderes pediram na cúpula de Antalya (sudoeste da Turquia) uma "transição política dirigida por sírios, precedida de negociações sob mediação das Nações Unidas", assim como a negociação de um cessar-fogo.
A reunião internacional realizada no sábado, em Viena, permitiu que os chefes da diplomacia de 17 países, liderados pelos Estados Unidos e Rússia, fixassem um calendário concreto para a transição política na Síria, mas sem chegar a um acordo sobre a saída de Assad do poder, como exigem os países ocidentais e árabes.
O anfitrião do encontro, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, prometeu que a cúpula enviará uma mensagem dura contra o terrorismo.
Neste contexto, e duas semanas após sua vitória nas eleições legislativas, o homem forte da Turquia quer aproveitar a oportunidade para reafirmar seu papel na crise.
Os líderes do G20 pretendem tomar medidas contra a crescente circulação de terroristas estrangeiros, segundo um rascunho da declaração final da cúpula obtida pela AFP.
As principais economias do planeta concordaram em "compartilhar informações operacionais, fazer uma gestão de fronteiras para detectar deslocamentos, tomar medidas preventivas, dar uma resposta judicial adequada e fazer um reforço da segurança aérea internacional", segundo o texto.
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, advertiu contra qualquer tentativa de transformar a política europeia de refugiados em função dos atentados em Paris.
_ Quem cometeu os atentados são exatamente as pessoas de que fogem os migrantes e, por isso, não é preciso revisar o conjunto da política europeia em termos de refugiados_, declarou.
A questão veio à tona quando as autoridades gregas indicaram que um passaporte sírio encontrado pela polícia francesa em um dos locais dos ataques em Paris pertencia a um solicitante de asilo que se cadastrou em outubro passado em uma ilha grega, aonde chegam milhares de migrantes.
Atentados em Paris
Mais de cem pessoas morreram na noite de sexta-feira, em Paris, na França, após uma série de ataques terroristas em diversos locais da capital francesa. Tiroteios e explosões ocorreram de maneira coordenada em seis lugares: no Boulevard Voltaire, em frente ao bar La Belle, Bataclan, na Rua de la Fontaine, no bar Carillon e no Stade de France. Logo após os ataques, o presidente francês, François Hollande, decretou estado de emergência e fechou as fronteiras do país.
Em vídeo, veja como foi a sequência dos ataques em Paris:
Poucas horas depois das mortes, o Estado Islâmico assumiu a autoria dos atentados. A polícia fez prisões, na Bélgica, de suspeitos de envolvimento com os ataques em Paris, mas ainda trabalha para identificar os nomes de todos os possíveis envolvidos na ação. Oito terroristas morreram durante as ações, mas acredita-se que outros organizadores dos atentados estejam à solta.
O Itamaraty confirmou dois brasileiros entre os feridos nos atentados, que já estão fora de perigo.
Confira o mapa dos ataques: