A Polícia Civil afirma que a quadrilha controlada por Seco tomou bocas de fumo em Santa Maria. O grupo seria ligado à facção criminosa Bala na Cara, uma das maiores do Rio Grande do Sul. Em Santa Maria a investigação, coordenada pelo delegado Sandro Meinerz, foi denominada de Operação Palco, em razão dos suspeitos utilizarem-se ao telefone da expressão "eu domino a cena" (em referência à entregas, vendas e transportes de drogas ou dinheiro, além de armas).
Assaltante de carros fortes, Seco não possuía rede de tráfico em Santa Maria e entrou nesta cidade através de Edson Marcos Silva da Rosa, conhecido como Tucano. Antes de ser transferido para prisão em Santa Maria, Tucano esteve recolhido na Pasc, onde fortaleceu relação com Seco. Ele tem casa na Vila Prado e, segundo a polícia, possui familiares envolvidos em crimes de tráfico de drogas e em roubos. Outros seis criminosos foram identificados na investigação, todos ligados à venda de crack, cocaína e maconha.
Seco teria enviado um casal, desde a Grande Porto Alegre, para se associar a traficantes do Beco da Tela, uma zona de forte comércio de drogas em Santa Maria e meta de domínio de Seco. A associação teria sido feita com pai e filha, que comandam o tráfico naquela área. Ele também teria enviado ao Beco da Tela dois irmãos de sua confiança, oriundos de Candelária (sua terra natal), identificados como Cláudio Dionatan Schultz Padilha e Magnum Padilha.
Os acertos para envio de drogas foram documentados em grampos telefônicos. A droga seria fornecida, no atacado, por Juraci Oliveira da Silva, o Jura, patrão do Campo da Tuca, em Porto Alegre. Eles são vizinhos de cela na Pasc e se comunicam, segundo a polícia, através de jibóias (lençóis amarrados), por bilhetes. Conversam também através das janelas, pois uma galeria é sobre a outra.
Jura teria ajudado a intermediar uma briga na quadrilha em Santa Maria, que poderia terminar em chacina. Corroboram isso bilhetes apreendidos em poder dos quadrilheiros ligados a Seco em Santa Maria, onde está citado o Campo da Tuca e, também, gravações telefônicas em que Seco orienta comandados a ir até o Campo da Tuca e falar com o pessoal do "movimento". Um dos bilhetes manda falar com o pessoal do Jura. Um telefonema também fala de uma mulher que foi ao Campo da Tuca entregar armas e pegar drogas, antes de retornar a Santa Maria.